Partir e estar com Cristo

Lições da Bíblia1

3. Leia Filipenses 1:21-24 e 1 Tessalonicenses 4:13-18. Quando Paulo esperava estar “com Cristo” (Fp 1:23) e “com o Senhor” (1Ts 4:17)?

Filipenses 1:21-24 (ARA)2: “21 Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. 22 Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não sei o que hei de escolher. 23 Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o desejo de partir e estar com Cristo, o que é incomparavelmente melhor. 24 Mas, por vossa causa, é mais necessário permanecer na carne.”

1 Tessalonicenses 4:13-18 (ARA)2: “13 Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes com respeito aos que dormem, para não vos entristecerdes como os demais, que não têm esperança. 14 Pois, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus, mediante Jesus, trará, em sua companhia, os que dormem. 15 Ora, ainda vos declaramos, por palavra do Senhor, isto: nós, os vivos, os que ficarmos até à vinda do Senhor, de modo algum precederemos os que dormem. 16 Porquanto o Senhor mesmo, dada a sua palavra de ordem, ouvida a voz do arcanjo, e ressoada a trombeta de Deus, descerá dos céus, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; 17 depois, nós, os vivos, os que ficarmos, seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, para o encontro do Senhor nos ares, e, assim, estaremos para sempre com o Senhor. 18 Consolai-vos, pois, uns aos outros com estas palavras.”

Paulo era movido pela paixão de viver “em Cristo” no presente (2Co 5:17) e “com Cristo” após a Sua volta (1Ts 4:17). Para ele, nem a morte abalaria a certeza de pertencer ao Salvador. Como o apóstolo disse, “nem a morte nem a vida” poderá “nos separar do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Rm 8:38, 39). “Porque, se vivemos, é para o Senhor que vivemos; se morremos, é para o Senhor que morremos. Quer, pois, vivamos ou morramos, somos do Senhor” (Rm 14:8).

Com essa certeza em mente, Paulo falou a respeito dos crentes que já haviam morrido como os “que em Jesus dormem” (1Ts 4:14, ARC) e que serão ressuscitados na segunda vinda de Cristo para receber a vida eterna (1Co 15:16-18; 1Ts 4:13-18).

Quando Paulo mencionou seu “desejo de partir e estar com Cristo” (Fp 1:23), sugeriu que após a morte sua alma partiria para viver conscientemente com o Senhor? De jeito nenhum! Nesse texto, “Paulo verbaliza seu desejo de deixar esta presente existência conturbada e estar com Cristo, sem fazer referência a nenhum lapso de tempo que possa ocorrer entre os dois eventos. Esse verso não ensina que Paulo esperava ir para o Céu ao morrer. Ele deixou bem claro que não receberia sua recompensa até a segunda vinda (2Tm 4:8). Aqui, o apóstolo declara que a primeira coisa que veria após sua partida (morte) seria a vinda de Cristo nas nuvens do céu para ressuscitar os mortos e, a partir de então, estaria ‘para sempre com o Senhor’ (1Ts 4:17). Também se deve notar que os autores bíblicos, às vezes, referem-se a dois eventos juntos, os quais podem estar separados por um longo tempo” (Bíblia de Estudo Andrews, p. 1545, nota de Fp 1:23).

Mas por que Paulo preferiria morrer a viver? Porque então ele poderia finalmente descansar de todos os seus problemas, sem mais ter que sofrer dores no corpo (Ap 21:4). E faria isso com a plena certeza de que receberia “a coroa da justiça” na segunda vinda (2Tm 4:6-8). Embora Paulo certamente não quisesse morrer, sabia o que aconteceria quando morresse.

Em tempos difíceis, quem não imaginou que seria bom fechar os olhos na morte e, depois, “estar com Cristo”? Isso nos ajuda a entender o que Paulo disse em Filipenses?

Terça-feira, 22 de novembro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Vida, morte e eternidade. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 510, out. nov. dez. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Hoje… Comigo no paraíso

Lições da Bíblia1

Uma das passagens mais usadas na tentativa de comprovar a doutrina da imortalidade da alma é Lucas 23:43 “Jesus lhe respondeu: ‘Em verdade lhe digo que hoje você estará comigo no paraíso’”. Quase todas as versões da Bíblia (com poucas exceções) traduzem esse texto de maneira semelhante, dando a impressão de que, no mesmo dia em que Cristo morreu, Ele e o ladrão estariam juntos no paraíso. Isso não deveria nos surpreender, pois essas traduções foram feitas por estudiosos bíblicos que creem no dogma da imortalidade natural da alma. Mas seria essa a melhor tradução do texto?

2. Compare Lucas 23:43 com João 20:17 e João 14:1-3. Como a promessa ao ladrão arrependido na cruz deve ser entendida à luz das palavras de Jesus a Maria Madalena e de Sua promessa aos discípulos?

Lucas 23:43 (ARA)2: “E acrescentou: Jesus, lembra-te de mim quando vieres no teu reino. 43 Jesus lhe respondeu: Em verdade te digo que hoje estarás comigo no paraíso.”

João 20:17 (ARA)2: “17 Recomendou-lhe Jesus: Não me detenhas; porque ainda não subi para meu Pai, mas vai ter com os meus irmãos e dize-lhes: Subo para meu Pai e vosso Pai, para meu Deus e vosso Deus.”

João 14:1-3 (ARA)2: “1 Não se turbe o vosso coração; credes em Deus, crede também em mim. 2 Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fora, eu vo-lo teria dito. Pois vou preparar-vos lugar. 3 E, quando eu for e vos preparar lugar, voltarei e vos receberei para mim mesmo, para que, onde eu estou, estejais vós também.

A suposição de que Cristo e o ladrão tivessem ido naquele dia para o paraíso contradiz as palavras de Jesus a Maria Madalena após Sua ressurreição, que afirmam que Ele ainda não havia ido à presença do Pai. Essa ideia equivocada, de que Jesus e o ladrão arrependido teriam ido para o Céu naquele dia, também contradiz a promessa de que os discípulos seriam levados para o Céu somente na Sua segunda vinda (Jo 14:1-3).

A questão em Lucas 23:43 é se o advérbio “hoje” (gr. s?meron) deve ser ligado ao verbo que o segue (“ser”) ou ao verbo que o precede (“dizer”). Wilson Paroschi reconhece que “do ponto de vista gramatical” é praticamente impossível determinar a alternativa correta. “Lucas, no entanto, tem uma tendência definida de usar esse advérbio com o verbo precedente. Isso acontece em 14 das 20 ocorrências de s?meron em Lucas e Atos” (Wilson Paroschi, “The Significance of a Comma: An Analysis of Luke 23:43”, Ministry, junho de 2013, p. 7).

Assim, a leitura mais natural de Lucas 23:43 seria: “Em verdade lhe digo hoje, você estará Comigo no paraíso”. Nesse caso, a expressão idiomática “lhe digo hoje” enfatiza a relevância e solenidade da afirmação “estará Comigo no paraíso”. Em suma, Jesus estava prometendo a ele, então e ali, que um dia ele receberia a vida eterna.

Apesar de seu pecado e de não ter nada a oferecer a Deus, o ladrão recebeu a promessa de vida eterna (Lc 23:39-43). Essa história revela a verdade da salvação mediante a fé? Quais são as semelhanças e diferenças entre a nossa situação e o caso do ladrão?

Segunda-feira, 21 de novembro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

A alma que pecar morrerá

Lições da Bíblia1

2. Leia Ezequiel 18:4, 20 e Mateus 10:28. Como esses versos podem nos ajudar a entender da alma humana?

Ezequiel 18:4, 20 (ARA)2: “4 Eis que todas as almas são minhas; como a alma do pai, também a alma do filho é minha; a alma que pecar, essa morrerá. […] 20 A alma que pecar, essa morrerá; o filho não levará a iniquidade do pai, nem o pai, a iniquidade do filho; a justiça do justo ficará sobre ele, e a perversidade do perverso cairá sobre este.”

Mateus 10:28 (ARA)2: “Não temais os que matam o corpo e não podem matar a alma; temei, antes, aquele que pode fazer perecer no inferno tanto a alma como o corpo.

A vida humana neste mundo pecaminoso é frágil e transitória (Is 40:1-8). Nada infectado pelo pecado pode ser eterno por natureza. “Portanto, assim como por um só homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado veio a morte, assim também a morte passou a toda a humanidade, porque todos pecaram” (Rm 5:12). A morte é a consequência natural do pecado, que afeta toda a vida neste mundo.

Sobre esse assunto, há dois conceitos bíblicos importantes. Um é que os seres humanos e os animais morrem: “O mesmo que acontece com os filhos dos homens acontece com os animais: como morre um, assim morre o outro. Todos têm o mesmo fôlego de vida, e o ser humano não tem nenhuma vantagem sobre os animais […] Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó e ao pó voltarão” (Ec 3:19, 20).

O segundo conceito é que a morte física de uma pessoa implica a cessação de sua existência como alma vivente (Heb. Nephesh chayyah). Em Gênesis 2:16, Deus havia alertado Adão e Eva de que, se pecassem, comendo o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal, eles morreriam.

Ecoando essa advertência, o Senhor reforçou: “A alma que pecar, essa morrerá” (Ez 18:4, 20, ARA). Essa afirmação tem duas implicações principais. Uma é que, uma vez que todos os seres humanos são pecadores, estamos sob o inevitável processo de envelhecimento e morte (Rm 3:9-18, 23). Outra é que esse conceito bíblico invalida a noção de uma suposta imortalidade natural da alma. Se a alma fosse imortal e existisse em outro reino após a morte, não morreríamos realmente afinal, não é?

A solução bíblica para o dilema da morte não é uma alma sem corpo que migra para o paraíso ou para o purgatório, ou mesmo para o inferno. A solução é a ressurreição final dos que morreram em Cristo. Em Seu sermão sobre o Pão da Vida, Jesus declarou: “A vontade do Pai é que todo aquele que vir o Filho e Nele crer tenha a vida eterna; e Eu o ressuscitarei no último dia” (Jo 6:40).

A segunda vinda de Jesus é assegurada pela primeira. De que terá servido a primeira vinda se não houver a segunda? Que esperança teríamos sem essa promessa?

Segunda-feira, 10 de outubro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.