Livre-arbítrio

Lições da Bíblia1:

4. Leia Deuteronômio 20:10, 15-18; 13:12-18; Josué 10:40. Como a lei sobre a guerra e os procedimentos contra cidades idólatras em Israel, apresentados em Deuteronômio, nos ajudam a entender os limites da destruição na guerra em que os israelitas estavam envolvidos?

Deuteronômio 20:10, 15-18 (NAA)2:  10 — Quando vocês se aproximarem de uma cidade para lutar contra ela, apresentem-lhe primeiro uma proposta de paz. […] 15 Façam assim com todas as cidades que estiverem longe de vocês, que não forem das cidades destes povos. 16 — Porém, das cidades destas nações que o Senhor, seu Deus, lhes dá como herança, não deixem ninguém com vida. 17 Pelo contrário, como o Senhor, seu Deus, ordenou, vocês devem destruí-las totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, 18 para que estas nações não ensinem vocês a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois vocês estariam pecando contra o Senhor, seu Deus.

Deuteronômio 13:12-18 (NAA)2: 12 — Se em alguma das cidades que o Senhor, seu Deus, lhes dá para morar vocês ouvirem dizer 13 que homens malignos saíram do meio de vocês e incitaram os moradores da cidade, dizendo: “Vamos servir outros deuses”, deuses que vocês não conheceram, 14 então vocês devem inquirir, investigar e perguntar com diligência. E eis que, se for verdade e certo que tal abominação foi praticada no meio de vocês, 15 então certamente vocês deverão matar a fio de espada os moradores daquela cidade, destruindo-a completamente e tudo o que nela houver, até os animais. 16 Depois ajuntem todo o seu despojo no meio da praça e queimem a cidade e todo o seu despojo como oferta total ao Senhor, seu Deus. E a cidade ficará um montão de ruínas para sempre; nunca mais deverá ser edificada. 17 Também nada do que for condenado deverá ficar nas mãos de vocês, para que o Senhor se afaste do furor da sua ira, seja misericordioso, e tenha piedade de vocês, e os multiplique, como jurou aos pais de vocês. 18 Isto se vocês ouvirem a voz do Senhor, seu Deus, e guardarem todos os seus mandamentos que hoje lhes ordeno, para que façam o que é reto aos olhos do Senhor, seu Deus.

Josué 10:40 (NAA)2: Assim Josué conquistou toda aquela terra, a região montanhosa, o Neguebe, a Sefelá e as descidas das águas, e derrotou todos os seus reis. Destruiu tudo o que tinha fôlego de vida, sem deixar nem sequer um, como o Senhor, o Deus de Israel, havia ordenado.

O texto hebraico usa um termo para descrever a destruição de pessoas na guerra: herem. Essa palavra se refere ao que é “condenado”, “amaldiçoado” ou “entregue à destruição”. Ela se refere a colocar pessoas, animais ou objetos inanimados, de maneira completa e irrevogável, dentro do domínio exclusivo de Deus, o que na guerra envolvia, na maioria dos casos, sua destruição. Precisamos entender o conceito e a prática do herem como a eliminação de um povo, no contexto de guerra, à luz do conflito de Yahweh com as forças do mal, onde Seu caráter e reputação estão em jogo.

Desde o surgimento do pecado no mundo, não há neutralidade: ou estamos do lado de Deus ou contra Ele. Um lado leva à vida eterna e o outro à morte eterna.

A prática da destruição total (herem) descreve o justo juízo de Deus contra o pecado e o mal. O Senhor delegou a execução de parte de Seu juízo à Sua nação escolhida, o antigo Israel. A entrega à destruição estava sob Seu rígido controle teocrático, limitada a certo período da história (a conquista de Canaã) e a uma área geográfica definida (a antiga Canaã). As pessoas entregues à destruição foram aquelas que se rebelaram contra os propósitos de Deus e os desafiaram, rejeitando todo arrependimento. Portanto, a decisão de Deus de destruí-los não foi arbitrária nem nacionalista.

Além disso, Israel poderia esperar o mesmo destino se decidisse adotar o mesmo estilo de vida dos cananeus (ver Dt 13). À primeira vista, poderia parecer que cada lado da guerra divina tinha seu futuro pré-definido (os israelitas herdariam o território e os cananeus seriam destruídos). No entanto, havia a possibilidade de ir de um lado para o outro, como veremos nos casos de Raabe, Acã e os gibeonitas.

Portanto, as pessoas não eram arbitrariamente protegidas ou destruí-das. Aqueles que se beneficiavam do relacionamento com Yahweh podiam perder essa condição privilegiada caso se rebelassem, e aqueles que seriam entregues à destruição podiam se submeter à autoridade de Yahweh e viver.

Que lições tiramos do desafio dos cananeus a Deus? Como nossas escolhas hoje impactam nossa vida?

Quarta-feira, 29 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Livre-arbítrio, amor e providência divina – Estudo adicional

Lições da Bíblia1:

Leia, de Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 9-15 (“Deus conosco”).

“O plano de nossa redenção não foi um pensamento posterior, formulado depois da queda de Adão. Ele foi ‘a revelação do mistério guardado em silêncio nos tempos eternos’ (Rm 16:25). Foi um desdobramento dos princípios que, desde os séculos da eternidade, têm sido o fundamento do trono de Deus. Desde o início, Deus e Cristo sabiam da apostasia de Satanás e da queda do ser humano mediante o poder enganador do apóstata. Deus não determinou a existência do pecado, mas previu-a e tomou providências para enfrentar a terrível situação. Seu amor pelo mundo era tão grande que decidiu entregar ‘Seu Filho unigênito, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna’ (Jo 3:16)” (O Desejado de Todas as Nações, p. 11).

Perguntas para consideração

1. As coisas nem sempre ocorrem como Deus deseja. Esse fato influencia sua maneira de pensar sobre o que acontece no mundo? Quais lições aprendemos com isso?

2. Pense na analogia do bolo (lição de quinta-feira). Embora Deus previsse a apostasia de Satanás, ainda assim nos criou. Isso era essencial para o amor, que significa liberdade. Deus nos criou com a capacidade de amar, já sabendo que, no fim, isso levaria Jesus à cruz. Cristo sofreu na cruz, em vez de nos negar a liberdade inerente ao amor. O que isso ensina sobre a importância do amor no governo de Deus?

3. Se bem que nos afligimos com o mal e o sofrimento que existem no mundo, com que frequência temos reservado tempo para refletir sobre o fato de que o próprio Deus Se entristece com o sofrimento e o mal? Você reconhece que Deus sofre por causa dessa realidade? Isso faz diferença para a sua compreensão do mal e do sofrimento?

4. O Senhor não deseja muitas coisas que acontecem no mundo. Esse fato ajuda você a lidar com seu próprio sofrimento, especialmente quando ele não faz sentido e parece não trazer nada de bom?

Sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.

Amar a Deus

Lições da Bíblia1:

O fato de Deus ser todo-poderoso não significa que Ele possa fazer o que é impossível em termos lógicos. Assim, o Senhor não pode determinar que alguém O ame livremente. Se fazer algo livremente significa fazer sem ser determinado a fazê-lo, então, por definição, é impossível obrigar alguém a fazer algo livremente. Em resumo, Deus não pode forçar ninguém a amá-Lo, pois se é forçado, já não é amor.

3. O que estes versos ensinam sobre o livre-arbítrio? Mt 22:37; Dt 6:4, 5

Mt 22:37 (NAA)2: “Jesus respondeu: — ‘Ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento.

Dt 6:4, 5 (NAA)2: “4 — Escute, Israel, o Senhor, nosso Deus, é o único Senhor. 5 Portanto, ame o Senhor, seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e com toda a sua força.”

O maior mandamento, amar a Deus, nos dá evidências de que Ele deseja, de fato, que todos O amem. No entanto, nem todos fazem isso. Por que, então, Deus simplesmente não faz com que todos O amem? Isso acontece porque o amor, para ser o que ele é, deve ser espontâneo.

4. Leia Hebreus 6:17, 18; Tito 1:2. Segundo esses textos, o que Deus não pode fazer?

Hebreus 6:17, 18 (NAA)2: “17 Por isso, Deus, quando quis mostrar com mais clareza aos herdeiros da promessa que o seu propósito era imutável, confirmou-o com um juramento. 18 Ele fez isso para que, mediante duas coisas imutáveis, nas quais é impossível que Deus minta, nós, que já corremos para o refúgio, tenhamos forte alento, para tomar posse da esperança que nos foi proposta.”

Tito 1:2 (NAA)2: “Escrevo na esperança da vida eterna que o Deus que não pode mentir prometeu antes dos tempos eternos”

“Deus não é homem, para que minta” (Nm 23:19). Ele “não pode mentir” (Tt 1:2). Sempre cumpre Sua palavra e jamais quebra Suas promessas (Hb 6:17, 18). Consequentemente, se Deus prometeu ou se comprometeu a fazer alguma coisa, Sua ação futura é moralmente limitada por essa promessa.

Isso significa que, como o Senhor concede às criaturas a liberdade de escolher algo diferente do que Ele prefere, não depende Dele o que os seres humanos escolhem. Se Deus Se comprometeu a conceder o livre-arbítrio, os seres humanos possuem a capacidade de exercer sua liberdade de maneiras que vão contra os desejos ideais de Deus. Infelizmente, muitas pessoas acabam exercendo sua liberdade dessa maneira e, consequentemente, há muitas coisas que ocorrem que Ele deseja que não aconteçam, mas que não são, estritamente falando, de Sua responsabilidade.

Você já fez alguma coisa que sabia que Deus não desejava que você fizesse? O que isso ensina sobre o livre-arbítrio e suas possíveis consequências terríveis?

Terça-feira, 18 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Livre-arbítrio, amor e providência divina

Lições da Bíblia1:

“Falei essas coisas para que em Mim vocês tenham paz. No mundo, vocês passam por aflições; mas tenham coragem: Eu venci o mundo” (Jo 16:33).

Providência é o termo usado para descrever a ação de Deus no mundo. Nossa forma de pensar sobre a providência divina faz grande diferença no modo pelo qual nos relacionamos com Deus e com os outros e como pensamos sobre o problema do mal.

No meio cristão existem vários entendimentos diferentes sobre a providência divina. Alguns cristãos acreditam que Deus exerce Seu poder de tal forma que determina cada detalhe de tudo o que acontece. Ele chega a escolher quem será salvo e quem se perderá! Segundo esse ponto de vista, as pessoas não são livres para escolher algo diferente daquilo que o Senhor decreta. Na verdade, quem defende esse entendimento argumenta que até os desejos humanos são determinados por Deus.

No entanto, Deus não determina tudo o que acontece. Ele concede o livre-arbítrio aos seres humanos, de maneira que eles (assim como os anjos) podem decidir fazer algo que é diretamente contrário à vontade divina. A história da queda, do pecado e do mal é uma expressão dos resultados do abuso desse livre-arbítrio. O plano da salvação foi instituído para remediar a tragédia ocasionada pelo uso equivocado do livre-arbítrio.

Sábado, 15 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.

A defesa do livre-arbítrio

Lições da Bíblia1:

Por mais que não entendamos as ações e os pensamentos de Deus, as Escrituras revelam fatos que nos ajudam a resolver o problema do mal. Uma das respostas mais convincentes ao problema lógico do mal é conhecida como defesa do livre-arbítrio.

A defesa do livre-arbítrio é o entendimento de que o mal é resultado do uso errado do livre-arbítrio. Deus não é culpado pelo mal, o qual existe porque as criaturas usaram de modo indevido o livre-arbítrio que o Senhor, por boas razões, nos concedeu. Por que Deus nos deu o livre-arbítrio, apesar dos riscos? C. S. Lewis escreveu que o “livre-arbítrio, embora possibilite o mal, também é a única coisa que torna possível todo o amor, toda a bondade ou toda a alegria. Um mundo de autômatos, de criaturas que trabalhassem feito máquinas, dificilmente valeria a pena ser criado. A felicidade que Deus designou para Suas criaturas superiores é a felicidade de serem unidas a Ele e umas às outras livre e voluntariamente […]. Para isso [elas] têm de ser livres” (Cristianismo Puro e Simples [Thomas Nelson Brasil], p. 81).

6. Como Deus concedeu liberdade moral a Adão e Eva? Gn 2:16, 17

Gn 2:16, 17 (NAA)2: “16 E o Senhor Deus ordenou ao homem: — De toda árvore do jardim você pode comer livremente, 17 mas da árvore do conhecimento do bem e do mal você não deve comer; porque, no dia em que dela comer, você certamente morrerá.”

Por que o Senhor daria uma ordem, a menos que Adão e Eva tivessem livre-arbítrio para escolher se a obedeceriam ou não? Eles comeram o fruto proibido, e, desde então, a Terra está repleta do mal. Em Gênesis 4, o capítulo seguinte ao relato da queda, vemos os terríveis efeitos do pecado no assassinato de Abel por seu irmão. O uso errado do livre-arbítrio de Adão e Eva trouxe o pecado para a história do planeta.

Em toda a Bíblia, encontramos a realidade do livre-arbítrio moral (veja Dt 7:12, 13; Js 24:14, 15; Sl 81:11-14; Is 66:4).

Dt 7:12, 13 (NAA)2: “12 — Portanto, se vocês derem ouvidos a estes juízos, e os guardarem e cumprirem, o Senhor, seu Deus, guardará a aliança e a misericórdia prometida sob juramento aos seus pais. 13 Ele os amará, os abençoará e fará com que vocês se multipliquem. Também abençoará os filhos de vocês, o fruto da terra, o cereal, o vinho, o azeite e as crias das vacas e das ovelhas, na terra que prometeu dar a vocês, conforme o juramento que fez aos seus pais.”

Js 24:14, 15 (NAA)2: “14 — Agora, pois, temam o Senhor e o sirvam com integridade e com fidelidade. Joguem fora os deuses que os pais de vocês serviram do outro lado do Eufrates e no Egito e sirvam o Senhor. 15 Mas, se vocês não quiserem servir o Senhor, escolham hoje a quem vão servir: se os deuses a quem os pais de vocês serviram do outro lado do Eufrates ou os deuses dos amorreus em cuja terra vocês estão morando. Eu e a minha casa serviremos o Senhor.”

Sl 81:11-14 (NAA)2: “11 Mas o meu povo não escutou a minha voz; Israel não quis saber de mim. 12 Assim, deixei que andassem na teimosia do seu coração, e seguissem as suas próprias inclinações. 13 Ah! Se o meu povo me escutasse, se Israel andasse nos meus caminhos! 14 Eu derrotaria logo os seus inimigos e voltaria a minha mão contra os seus adversários.”

Is 66:4 (NAA)2: “assim eu lhes escolherei o castigo e farei vir sobre eles o que eles temem. Porque clamei, e ninguém respondeu; falei, e não escutaram, mas fizeram o que era mau aos meus olhos e escolheram aquilo em que eu não tenho prazer.”

Todos os dias de nossa vida, em um grau ou outro, nós mesmos exercemos o livre-arbítrio, que nos foi dado pelo nosso Criador. Sem ele, não seríamos humanos. Seríamos como máquinas ou robôs.

A Sony Corporation criou um cão-robô chamado Aibo, que não fica doente, não pega pulgas, não morde, não precisa ser vacinado e não perde pelos. Você trocaria seu cachorro de carne e ossos por um Aibo? Essa questão o ajuda a entender por que Deus nos criou com livre-arbítrio, apesar dos riscos?

Quarta-feira, 12 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

O livre-arbítrio, a base para o amor

Lições da Bíblia1

2. Leia 1 João 4:7-16. O que essa passagem nos diz sobre o livre-arbítrio como uma condição para se cultivar o amor?

1 João 4:7-16 (ARA)2: “7 Amados, amemo-nos uns aos outros, porque o amor procede de Deus; e todo aquele que ama é nascido de Deus e conhece a Deus. 8 Aquele que não ama não conhece a Deus, pois Deus é amor. 9 Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele. 10 Nisto consiste o amor: não em que nós tenhamos amado a Deus, mas em que ele nos amou e enviou o seu Filho como propiciação pelos nossos pecados. 11 Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros. 12 Ninguém jamais viu a Deusa; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o seu amor é, em nós, aperfeiçoado. 13 Nisto conhecemos que permanecemos nele, e ele, em nós: em que nos deu do seu Espírito. 14 E nós temos visto e testemunhamos que o Pai enviou o seu Filho como Salvador do mundo. 15 Aquele que confessar que Jesus é o Filho de Deus, Deus permanece nele, e ele, em Deus. 16 E nós conhecemos e cremos no amor que Deus tem por nós. Deus é amor, e aquele que permanece no amor permanece em Deus, e Deus, nele.

Flores artificiais são lindas, mas não florescem como as reais. Os robôs são pré-programados para falar e realizar muitas tarefas, mas não têm vida, nem emoções. A vida e o livre-arbítrio são condições indispensáveis para receber, cultivar e compartilhar amor. Assim, nosso amoroso Deus criou anjos (incluindo Lúcifer) e seres humanos com liberdade para fazer suas próprias escolhas, incluindo a possibilidade de seguir um caminho errado. Em outras palavras, Deus criou todo o Universo como um ambiente perfeito e harmonioso para Suas criaturas crescerem em amor e sabedoria.

Em 1 João 4:7-16, o apóstolo ressalta que “Deus é amor” e que manifestou Seu amor enviando Seu Filho para morrer pelos nossos pecados. Como resultado, devemos expressar gratidão amando uns aos outros. Esse amor divino é a evidência mais convincente de que Deus permanece em nós e nós permanecemos Nele. Esse apelo para refletir o amor de Deus só tem sentido se for dirigido a criaturas que podem escolher cultivar esse amor ou, ao contrário, escolher uma vida egocêntrica. No entanto, a liberdade pode ser mal utilizada, um fato demonstrado na rebelião de Lúcifer no Céu.

Mesmo reconhecendo a importância do livre-arbítrio, alguns ainda se perguntam: Se Deus sabia que Lúcifer se rebelaria, por que o criou? A criação de Lúcifer não torna Deus responsável pela origem do pecado?

Especular a esse respeito pode ser complicado, pois depende de muitos fatores, incluindo o significado da palavra “responsável”. A origem e a natureza do pecado são mistérios que ninguém pode explicar completamente.

Deus não ordenou a existência do pecado; apenas permitiu sua existência e, na cruz, tomou sobre Si a punição máxima pelo pecado, o que O habilitou a erradicá-lo em definitivo. Nas dolorosas reflexões sobre o mal, nunca devemos esquecer que o próprio Deus pagou o preço mais alto pela existência do pecado (Mt 5:43-48; Rm 5:6-11) e sofreu em decorrência deste mais do que jamais sofreremos.

O livre-arbítrio é sagrado, mas nossa maneira de usá-lo traz consequências poderosas. Que decisões importantes você precisa tomar usando esse dom? Quais serão os resultados?

Segunda-feira, 26 de setembro de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Provados pelo fogo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 509, jul. ago. set. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Mi-yitten (Quem dará?)

Lições da Bíblia1

O hebraico bíblico, como a maioria dos idiomas, é repleto de expressões idiomáticas, que são palavras que assumem significado diferente do seu sentido original. Uma expressão idiomática do AT é Mi-yitten. Mi é a pergunta “quem?” e yitten significa “dará”. Então, literalmente, Mi-yitten quer dizer “Quem dará?”.

No AT, porém, a expressão revela um desejo, um anseio ou algo que se queira muito.

Por exemplo, após terem deixado o Egito, os filhos de Israel, enfrentando desafios no deserto, exclamaram: “Quem nos dera tivéssemos morrido pela mão do Senhor no Egito!” (Êx 16:3). “Quem nos dera” é aqui uma expressão idiomática advinda de mi-yitten. No Salmo 14:7 Davi declarou: “Quem dera que de Sião viesse já a salvação de Israel!” Jó 6:8 afirma: “Quem dera que se cumprisse o meu pedido”. Novamente, “quem dera”, nesses versos, vêm do hebraico mi-yitten.

1. Leia Deuteronômio 5:22-29 e observe especialmente o verso 29. A palavra traduzida como “quem dera” se origina também da expressão mi-yitten. O que se subentende desse fato?

Deuteronômio 5:22-29 (ARA)2: “22 Estas palavras falou o Senhor a toda a vossa congregação no monte, do meio do fogo, da nuvem e da escuridade, com grande voz, e nada acrescentou. Tendo-as escrito em duas tábuas de pedra, deu-mas a mim. 23 Sucedeu que, ouvindo a voz do meio das trevas, enquanto ardia o monte em fogo, vos achegastes a mim, todos os cabeças das vossas tribos e vossos anciãos, 24 e dissestes: Eis aqui o Senhor, nosso Deus, nos fez ver a sua glória e a sua grandeza, e ouvimos a sua voz do meio do fogo; hoje, vimos que Deus fala com o homem, e este permanece vivo. 25 Agora, pois, por que morreríamos? Pois este grande fogo nos consumiria; se ainda mais ouvíssemos a voz do Senhor, nosso Deus, morreríamos. 26 Porque quem há, de toda carne, que tenha ouvido a voz do Deus vivo falar do meio do fogo, como nós ouvimos, e permanecido vivo? 27 Chega-te, e ouve tudo o que disser o Senhor, nosso Deus; e tu nos dirás tudo o que te disser o Senhor, nosso Deus, e o ouviremos, e o cumpriremos. 28 Ouvindo, pois, o Senhor as vossas palavras, quando me faláveis a mim, o Senhor me disse: Eu ouvi as palavras deste povo, as quais te disseram; em tudo falaram eles bem. 29 Quem dera que eles tivessem tal coração, que me temessem e guardassem em todo o tempo todos os meus mandamentos, para que bem lhes fosse a eles e a seus filhos, para sempre!

Eis o Senhor – o Deus Criador, Aquele que fez o espaço, o tempo e a matéria, que falou e o mundo veio à existência, que soprou em Adão o fôlego da vida – pronunciando a frase “quem dera”, geralmente associada às fraquezas e limitações da humanidade. Que exemplo da realidade do livre-arbítrio! Percebemos que há limites para o que Deus pode fazer em meio ao grande conflito. O uso de mi-yitten revela que nem mesmo Deus pode passar por cima do livre-arbítrio, pois, se o fizer, a ação não pode mais ser considerada livre.

E, assim como nós, humanos, somos livres para pecar, também somos livres para escolher o Senhor e estar abertos à Sua liderança a fim de que, em resposta ao toque do Seu Espírito, possamos nos arrepender de nossos pecados e segui-Lo. A escolha é nossa, e apenas nossa, e é uma escolha que devemos fazer dia a dia, momento a momento.

Quais são algumas escolhas que você enfrentará nas próximas horas ou dias? Como você pode aprender a entregar sua vontade a Deus para que, com Seu poder, faça as escolhas certas?

Domingo, 21 de novembro de 2021. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. A verdade presente em Deuteronômio. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 506, out. nov. dez. 2021. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Amar para ser amado

Lições da Bíblia1

Em 1 João 4:8 está escrito: “Deus é amor”. Por mais simples que sejam essas três palavras (quatro em grego), a ideia por trás delas é tão profunda, que mal podemos compreender suas implicações. Elas não dizem que Deus ama, nem que Deus revela amor, ou que o Senhor é uma manifestação do amor, mas que Ele é amor, como se o amor fosse a essência da identidade divina. Como seres humanos caídos, não somos capazes de entender totalmente o que a expressão “Deus é amor” significa.

Contudo, entendemos o suficiente para saber que é uma notícia muito boa. Se, em vez de “Deus é amor”, fosse “Deus é ódio”, “Deus é vingativo” ou “Deus é indiferente”, poderia ser algo preocupante.

A verdade de que “Deus é amor” nos ajuda a entender melhor a ideia de que o governo divino reflete esse amor em toda a Sua criação. O amor permeia o cosmos, talvez até mais do que a gravidade. Deus nos ama; e devemos retribuir esse amor (ver Dt 6:5; Mc 12:30).

O amor, porém, deve ser doado. Deus não pode forçá-lo. Portanto, quando criou seres inteligentes e racionais no Céu e na Terra com a capacidade de amar, sempre existiu o risco de que eles não Lhe correspondessem. Alguns não o fizeram e, como resultado, teve origem o que conhecemos como o grande conflito.

1. Por que os textos a seguir só têm sentido no contexto da liberdade e do risco que envolve o amor? Is 14:12-14; Ez 28:12-17; Ap 12:7

Is 14:12-14 (ARA)2: “12 Como caíste do céu, ó estrela da manhã, filho da alva! Como foste lançado por terra, tu que debilitavas as nações! 13 Tu dizias no teu coração: Eu subirei ao céu; acima das estrelas de Deus exaltarei o meu trono e no monte da congregação me assentarei, nas extremidades do Norte; 14 subirei acima das mais altas nuvens e serei semelhante ao Altíssimo.

Ez 28:12-17 (ARA)2: “12 Filho do homem, levanta uma lamentação contra o rei de Tiro e dize-lhe: Assim diz o Senhor Deus: Tu és o sinete da perfeição, cheio de sabedoria e formosura. 13 Estavas no Éden, jardim de Deus; de todas as pedras preciosas te cobrias: o sárdio, o topázio, o diamante, o berilo, o ônix, o jaspe, a safira, o carbúnculo e a esmeralda; de ouro se te fizeram os engastes e os ornamentos; no dia em que foste criado, foram eles preparados. 14 Tu eras querubim da guarda ungido, e te estabeleci; permanecias no monte santo de Deus, no brilho das pedras andavas. 15 Perfeito eras nos teus caminhos, desde o dia em que foste criado até que se achou iniquidade em ti. 16 Na multiplicação do teu comércio, se encheu o teu interior de violência, e pecaste; pelo que te lançarei, profanado, fora do monte de Deus e te farei perecer, ó querubim da guarda, em meio ao brilho das pedras. 17 Elevou-se o teu coração por causa da tua formosura, corrompeste a tua sabedoria por causa do teu resplendor; lancei-te por terra, diante dos reis te pus, para que te contemplem.”

Ap 12:7 (ARA)2: “Houve peleja no céu. Miguel e os seus anjos pelejaram contra o dragão. Também pelejaram o dragão e seus anjos;

Ezequiel 28:15 mostra que, embora o anjo Lúcifer fosse um ser perfeito, criado pelo Deus perfeito, encontrou-se iniquidade nele. Criado com a capacidade de amar, ele tinha verdadeira liberdade moral e, apesar de tudo o que havia recebido (ele “se cobria de todas as pedras preciosas”), o anjo rebelde queria mais. Uma coisa levou a outra até que houve “guerra no Céu”.

Há lugares em que se pode comprar cães-robôs, que obedecem aos comandos, nunca sujam o tapete, nem roem os móveis. Porém, você teria um relacionamento significativo com esse “cachorro”? Como sua resposta ajuda a entender por que Deus criou seres que pudessem amá-Lo em resposta ao Seu amor?

Domingo, 26 de setembro de 2021. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. A verdade presente em Deuteronômio. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 506, out. nov. dez. 2021. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.