A origem do conflito na Terra

Lições da Bíblia1:

A parábola do joio explica por que existem sementes ruins no campo se o proprietário plantou apenas sementes boas. Essa pergunta está ligada a outra: se tudo o que Deus criou era bom, como o mal surgiu em nosso mundo?

3. O que as palavras de Deus revelam sobre a condição do mundo quando Ele terminou de criá-lo, e por que essa avaliação é importante? Gn 1:31

Gn 1:31 (NAA): “Deus viu tudo o que havia feito, e eis que era muito bom. Houve tarde e manhã, o sexto dia.”

Quando Deus terminou de criar o mundo, “tudo” era “muito bom”. Em Gênesis 1, não há nenhum indício de mal na criação da Terra. Como, então, o mal surgiu na experiência humana?

4. Como o mal chegou à Terra? Que luz o livro de Gênesis lança sobre a natureza do conflito cósmico? Gn 3:1-7; Ap 12:7-9

Gn 3:1-7 (NAA)2: “1 Mas a serpente, mais astuta que todos os animais selvagens que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: — É verdade que Deus disse: “Não comam do fruto de nenhuma árvore do jardim”? 2 A mulher respondeu à serpente: — Do fruto das árvores do jardim podemos comer, 3 mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, Deus disse: “Vocês não devem comer dele, nem tocar nele, para que não venham a morrer.” 4 Então a serpente disse à mulher: — É certo que vocês não morrerão. 5 Porque Deus sabe que, no dia em que dele comerem, os olhos de vocês se abrirão e, como Deus, vocês serão conhecedores do bem e do mal. 6 Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou do seu fruto e comeu; e deu também ao marido, e ele comeu. 7 Então os olhos de ambos se abriram; e, percebendo que estavam nus, costuraram folhas de figueira e fizeram cintas para si.

Ap 12:7-9 (NAA)2: “7 Então estourou a guerra no céu. Miguel e os seus anjos lutaram contra o dragão. Também o dragão e os seus anjos lutaram, 8 mas não conseguiram sair vitoriosos e não havia mais lugar para eles no céu. 9 E foi expulso o grande dragão, a antiga serpente, que se chama diabo e Satanás, o sedutor de todo o mundo. Ele foi atirado para a terra, e, com ele, os seus anjos.

A serpente, identificada como o próprio diabo (Ap 12:7-9), levanta mentiras sobre o caráter de Deus. A serpente primeiro faz uma pergunta, tentando lançar dúvidas sobre a ordem do Criador e, na prática, quase invertendo o que Ele havia ordenado. Depois, a serpente desafia diretamente o que Deus havia dito ao declarar a Eva: “É certo que vocês não morrerão” (Gn 3:4).

Alguém, a serpente ou Deus, estava mentindo. E agora Eva tinha uma escolha a fazer: acreditaria em Deus ou na serpente?

A natureza do conflito está ligada acima de tudo a uma questão: em que ou em quem acreditamos, o que tem a ver com o amor. Isso ocorre porque o que acreditamos sobre alguém, sobre o tipo de pessoa que ela é, e se é confiável, definem se amaremos essa pessoa e confiaremos nela. E, no caso de Deus, se ouviremos o que Ele nos diz.

Leia Gênesis 3:15. A declaração de Deus à serpente, de que o Descendente da mulher (o Messias) feriria a cabeça da serpente, muitas vezes é mencionada como a primeira proclamação do evangelho (protoevangelho) feita nas Escrituras. Como essa promessa reforça a realidade do conflito e, ainda assim, traz esperança no meio dele?

Segunda-feira, 24 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Um inimigo fez isso

Lições da Bíblia1:

1. Leia Mateus 13:24-27. Como essa parábola nos ajuda a compreender o mal que existe em nosso mundo?

Mateus 13:24-27 (NAA): “24 Jesus lhes propôs outra parábola, dizendo: — O Reino dos Céus é semelhante a um homem que semeou boa semente no seu campo. 25 Mas, enquanto todos estavam dormindo, veio o inimigo dele, semeou o joio no meio do trigo e foi embora. 26 E, quando as plantas cresceram e produziram fruto, apareceu também o joio. 27 Então os servos do dono da casa chegaram e disseram: “Patrão, o senhor não semeou boa semente no seu campo? De onde, então, vem o joio?”

Jesus contou a história de um proprietário de terras que semeou apenas boas sementes no seu campo. Contudo, o joio acabou brotando no meio do trigo. Quando viram isso, os servos do proprietário lhe perguntaram: “Patrão, o senhor não semeou boa semente no seu campo? De onde, então, vem o joio?” (Mt 13:27). Essa pergunta é parecida com a que muitos fazem hoje em dia sobre o problema do mal: Se tudo o que Deus criou era bom, por que existe o mal?

2. Leia Mateus 13:28-30 à luz da explicação de Cristo nos versículos 37 a 40. Esses fatos também esclarecem a natureza do conflito cósmico?

Mateus 13:28-30 (NAA)2: “28 Ele, porém, lhes respondeu: ‘Um inimigo fez isso.’ Mas os servos lhe perguntaram: “O senhor quer que a gente vá e arranque o joio?’ 29 O dono da casa respondeu: ‘Não! Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo. 30 Deixem que cresçam juntos até a colheita. E, no tempo da colheita, direi aos ceifeiros: ‘Ajuntem primeiro o joio e amarrem-no em feixes para ser queimado; mas recolham o trigo no meu celeiro.’

Mateus 13:37-40 (NAA)2: “37 E Jesus respondeu: — O que semeia a boa semente é o Filho do Homem. 38 O campo é o mundo. A boa semente são os filhos do Reino; o joio são os filhos do Maligno. 39 O inimigo que o semeou é o diabo. A colheita é o fim dos tempos, e os ceifeiros são os anjos. 40 Pois, assim como o joio é colhido e jogado no fogo, assim será no fim dos tempos.”

O dono do campo respondeu à pergunta de seu servo dizendo: “Um inimigo fez isso” (Mt 13:28). Depois, Jesus identificou aquele “que semeia a boa semente” como o “Filho do Homem”, que é Ele mesmo (Mt 13:37). Além disso, explicou que o “campo é o mundo” (Mt 13:38) e que o “inimigo que […] semeou” o joio é o “diabo” (Mt 13:39). Com isso, Jesus descreveu de maneira bastante explícita que existe um conflito cósmico entre Ele e Satanás. Por que existe o mal no mundo? O mal é resultado da obra de um inimigo (o diabo), que se opõe ao dono do campo. “Um inimigo fez isso” (Mt 13:28).

Essa resposta, no entanto, desperta o seguinte questionamento: “O senhor quer que a gente vá e arranque o joio?” (Mt 13:28). Em outras palavras: “Por que não acabar com o mal agora mesmo?” “Não!”, o senhor respondeu. “Porque, ao separar o joio, vocês poderão arrancar também com ele o trigo. Deixem que cresçam juntos até a colheita” (Mt 13:29, 30; compare com Mc 4:29). De acordo com a parábola, Deus acabará com o mal, mas arrancá-lo antes do momento certo resultaria em danos colaterais irreversíveis que acabariam prejudicando o bem.

Quais são alguns dos riscos de se tentar arrancar o joio neste momento? Ao mesmo tempo, por que isso não significa que devemos simplesmente ignorar o mal?

Domingo, 23 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

O problema do mal – Estudo adicional

Lições da Bíblia1:

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 9-19 (“A origem do mal”).

“Mesmo quando foi expulso do Céu, a Sabedoria infinita não destruiu Satanás. Visto que unicamente o serviço do amor pode ser aceito por Deus, a fidelidade de Suas criaturas deve se basear em uma convicção de Sua justiça e benevolência. Os habitantes do Céu e dos mundos, não estando preparados para compreender a natureza ou consequência do pecado, não poderiam ter visto então a justiça de Deus na destruição de Satanás. […]

“A rebelião de Satanás deveria ser uma lição para o Universo durante todas as eras futuras – um perpétuo testemunho da natureza do pecado e de suas terríveis consequências. Os resultados do governo de Satanás, seus efeitos tanto sobre os homens quanto sobre os anjos, mostrariam qual seria o fruto de se deixar de lado a autoridade divina. Testificariam que ligado à existência do governo de Deus está o bem-estar de todas as criaturas que Ele fez. Assim a história dessa terrível experiência com a rebelião seria uma salvaguarda perpétua para todos os seres santos, para impedir que fossem enganados quanto à natureza da transgressão e para salvá-los de cometer pecado e sofrer a pena” (Patriarcas e Profetas, p. 18).

Perguntas para consideração

1. “Teodiceia” é a tentativa de explicar por que Deus permitiria a existência do mal, mas não é a tentativa de explicar ou justificar o mal. Imagine que alguém chegue ao Céu e diga: “Jesus, agora entendo por que minha família foi torturada e morta na minha frente. Agora tudo faz sentido. Obrigado, Jesus!” Isso seria absurdo. Como entender que é Deus, e não o mal, que, no fim, será vindicado? (Ver a lição 9.)

2. Você já foi tentado a pensar que não existe explicação para o sofrimento? O reconhecimento de Jó, de que tinha falado de coisas que “não entendia” (Jó 42:3), lança luz sobre a nossa condição?

Sexta-feira, 14 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.

O amor e o mal?

Lições da B[íblia1:

Deus concedeu às criaturas o livre-arbítrio porque ele é necessário para que o amor exista. O uso indevido do livre-arbítrio é a causa do mal. No entanto, Deus permite que o mal exista por algum tempo, ainda que o deteste com todas as forças, porque excluir a sua possibilidade excluiria o amor, e destruí-lo antes do momento certo enfraqueceria a confiança que é necessária para que o amor exista.

“A Terra se obscureceu por causa da compreensão errada sobre Deus. Para que as tristes sombras pudessem ser desfeitas, para que o mundo pudesse voltar para o Senhor, era preciso que o poder enganador de Satanás fosse neutralizado. Isso não podia ser feito pela força. O uso da força é contrário aos princípios do governo de Deus. Ele deseja apenas o serviço do amor. E o amor não pode ser imposto, não pode ser conquistado pela força ou autoridade. Só o amor desperta amor. Conhecer a Deus é amá-Lo. Seu caráter deve ser manifestado em contraste com o de Satanás” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 11).

Sem o livre-arbítrio, não existiria amor. E, se Deus é amor, Ele não poderia negar o amor ou a liberdade necessários para que o amor existisse. Além disso, concluímos que, se conhecêssemos o fim desde o princípio, como o Senhor conhece, não desejaríamos que Ele nos tirasse a liberdade. Quem gostaria de viver sem amor?

7. Leia Romanos 8:18; Apocalipse 21:3, 4. Esses textos aumentam nossa confiança na bondade de Deus, apesar do mal que há no mundo?

Romanos 8:18 (NAA)2: “Porque para mim tenho por certo que os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós.”

Apocalipse 21:3, 4 (NAA)2: “3 Então ouvi uma voz forte que vinha do trono e dizia: — Eis o tabernáculo de Deus com os seres humanos. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles e será o Deus deles. 4 E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram.

Mesmo quando não conseguimos enxergar através da escuridão, Deus vê “o fim desde o princípio” (Is 46:10, ARC). Ele também vê a recompensa prometida aos que depositam a fé em Jesus. “Os sofrimentos do tempo presente não podem ser comparados com a glória a ser revelada em nós” (Rm 8:18). Cremos nessa promessa?

Além disso, a liberdade inerente ao amor é tão sagrada e essencial que, em vez de negá-la, Cristo a concedeu a nós, mesmo sabendo que ela O levaria à cruz, onde sofreria muito. Por que é tão importante sempre nos lembrarmos dessa verdade?

O livre-arbítrio evita a conclusão de que tudo o que acontece é a vontade de Deus?

Quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Até quando, Senhor?

Lições da Bíblia1:

O problema do mal é expresso não apenas em contextos contemporâneos, mas na própria Bíblia.

Como a Bíblia mostra a importância do problema do mal na experiência humana? Jó 30:26; Jr 12:1; 13:22; Ml 2:17; Sl 10:1

Jó 30:26 (NAA)2: “Quando eu esperava o bem, eis que me veio o mal; esperava a luz, e veio a escuridão.”

Jr 12:1 (NAA)2: “Justo serias, Senhor, se eu apresentasse a minha causa diante de ti. No entanto, preciso falar contigo a respeito da justiça. Por que o caminho dos ímpios prospera? Por que todos os traidores vivem em paz?

Jr 13:22 (NAA)2: “Talvez você se pergunte: ‘Por que me sobrevieram estas coisas?’ Então saiba que foi por causa da multidão de suas maldades que as abas de sua saia foram levantadas e os seus calcanhares sofrem violência.

Ml 2:17 (NAA)2: “Vocês estão cansando o Senhor com as suas palavras, e ainda perguntam: ‘Em que nós o cansamos?’ Nisso de dizerem: ‘Aqueles que fazem o mal passam por bons aos olhos do Senhor, e é desses que ele se agrada.’ Ou: ‘Onde está o Deus da justiça?

Sl 10:1 (NAA)2: “Por que, Senhor, te conservas longe? Por que te escondes nas horas de angústia?

Esses textos levantam questões com as quais nos defrontamos. Por que aparentemente os ímpios prosperam e os que praticam o mal se beneficiam dele, se não sempre, pelo menos com frequência? E por que os justos sofrem? Onde está Deus quando o mal ocorre? Por que Ele parece estar longe de nós, e até mesmo escondido?

Independentemente do que dissermos sobre essas questões e sobre o problema do mal como um todo, jamais devemos banalizar o mal. Ao tentar compreender o problema do mal, não podemos minimizar o tipo ou a quantidade do mal existente no mundo. O mal é realmente terrível – e Deus o odeia ainda mais do que nós. Assim, podemos nos juntar ao clamor que permeia as Escrituras diante dos muitos males e injustiças do mundo: “Até quando, Senhor?”

Leia Mateus 27:46. Como você entende essas palavras de Jesus? O que elas dizem sobre como Deus foi tocado pelo mal do modo mais impressionante?

Mateus 27:46 (NAA)2: “Por volta de três horas da tarde, Jesus clamou em alta voz, dizendo: — Eli, Eli, lemá sabactani? — Isso quer dizer: ‘Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?’

Na cruz, o próprio Jesus perguntou: “Deus Meu, Deus Meu, por que Me desamparaste?” (Mt 27:46). Aqui vemos, com palavras bastante impressivas, que o próprio Deus é tocado pelo mal, uma verdade destacada de maneira surpreendente no sofrimento e na morte de Cristo na cruz, onde todo o mal do mundo recaiu sobre Ele.

Mas mesmo aqui há esperança. Por Sua morte na cruz, Cristo derrotou a fonte do mal, Satanás, e, no futuro, irá destruir totalmente o mal. Essas palavras de Jesus foram retiradas do Salmo 22:1, e esse salmo termina em triunfo.

Na cruz, Jesus ansiava por uma esperança que, naquele momento, não conseguia ver. Como obter conforto de Sua experiência quando não vemos esperança à nossa frente?

Domingo, 09 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

O problema do mal

Lições da Bíblia1:

“E lhes enxugará dos olhos toda lágrima. E já não existirá mais morte, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram” (Ap 21:4).

Talvez a questão mais difícil que o cristianismo enfrenta seja o problema do mal: como conciliar o fato de que Deus é perfeitamente bom e amoroso com o fato de que o mal existe neste mundo? Em outras palavras, se Deus é bom e todo-poderoso, por que o mal existe, e em tanta quantidade?

Essa não é apenas uma discussão acadêmica, mas algo que perturba profundamente muitas pessoas e que impede algumas de conhecer e amar a Deus.

“Muitas pessoas ficam confusas e cheias de dúvidas quando param para pensar na origem do pecado e na razão de sua existência. Elas veem a obra do mal, com seus terríveis resultados de miséria e desolação, e questionam como tudo isso pode existir sob o reinado de um Ser que é infinito em sabedoria, poder e amor. Esse é um mistério para o qual não encontram explicação” (Ellen G. White, O Grande Conflito [CPB, 2021], p. 412).

Muitos ateus apresentam o problema do mal como a razão de seu ateísmo. Mas, como veremos nesta semana e nas próximas, o Deus da Bíblia é totalmente bom, e podemos confiar Nele – mesmo com o mal que tanto afeta o nosso mundo decaído.

Sábado, 08 de fevereiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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Angustiado pelo mal

Lições da Bíblia1:

Deus ama a justiça e odeia o mal. O pecado e o mal despertam ira, uma emoção expressa em favor dos injustiçados, mesmo nos casos em que o mal afeta principalmente a própria pessoa. Deus odeia o mal porque ele causa dor às Suas criaturas, inclusive quando é causado por elas mesmas. Deus é repetidamente provocado à ira pelo que os estudiosos chamam de “ciclo da rebelião”:

  1. O povo se rebela contra Deus e pratica o mal, incluindo atrocidades horríveis, como o sacrifício de crianças e outras ações abomináveis aos olhos do Senhor.
  2. Deus Se afasta em resposta às escolhas do próprio povo.
  3. O povo é oprimido por nações estrangeiras.
  4. Ele clama a Deus por libertação.
  5. Em Sua graça, Deus concede libertação ao povo.
  6. O povo volta a se rebelar contra Deus, às vezes errando de uma forma ainda mais gritante.
  7. Diante desse ciclo de maldade e infidelidade, Deus enfrenta repetidamente a infidelidade humana, mas mantém Sua fidelidade sem fim, longanimidade inabalável, graça extraordinária e profunda compaixão.

1. Leia o Salmo 78. O que essa passagem revela sobre a resposta de Deus diante das frequentes rebeliões de Seu povo?

Salmo 78 (NAA): “1 Meu povo, escute a minha lei; dê ouvidos às palavras da minha boca. 2 Abrirei os meus lábios para proferir parábolas e publicarei enigmas dos tempos antigos. 3 O que ouvimos e aprendemos, o que os nossos pais nos contaram, 4 não o encobriremos a seus filhos; contaremos à geração vindoura os louvores do Senhor, e o seu poder, e as maravilhas que fez. 5 Ele estabeleceu um testemunho em Jacó, e instituiu uma lei em Israel, e ordenou aos nossos pais que os transmitissem a seus filhos, 6 a fim de que a nova geração os conhecesse, e os filhos que ainda hão de nascer se levantassem e, por sua vez, os contassem aos seus descendentes; 7 para que pusessem a sua confiança em Deus e não se esquecessem dos feitos de Deus, mas lhe observassem os mandamentos; 8  e que não fossem, como seus pais, geração obstinada e rebelde, geração de coração inconstante, e cujo espírito não foi fiel a Deus. 9 Os filhos de Efraim, embora armados com arcos, bateram em retirada no dia do combate. 10 Não guardaram a aliança de Deus, não quiseram andar na sua lei; 11 esqueceram-se das suas obras e das maravilhas que lhes havia mostrado.  12 Deus fez prodígios na presença de seus pais na terra do Egito, no campo de Zoã. 13 Dividiu o mar e os fez passar por ele; fez parar as águas como um montão. 14 Durante o dia, os guiou com uma nuvem e de noite, com um clarão de fogo. 15 No deserto, fendeu rochas e lhes deu de beber abundantemente como de abismos.  16 Da pedra fez brotar torrentes, fez manar água como rios. 17 Mas, ainda assim, continuaram a pecar contra ele e se rebelaram, no deserto, contra o Altíssimo. 18 Tentaram a Deus no seu coração, pedindo alimento que lhes fosse do gosto. 19 Falaram contra Deus, dizendo: ‘Será que Deus pode preparar-nos uma mesa no deserto? 20 É verdade que ele feriu a rocha, e dela manaram águas, transbordaram as torrentes. Mas será que ele pode dar-nos pão também? Ou fornecer carne para o seu povo?’ 21 Ouvindo isto, o Senhor ficou indignado; acendeu-se fogo contra Jacó, e também se levantou o seu furor contra Israel, 22 porque não creram em Deus, nem confiaram na sua salvação. 23 Mesmo assim, deu ordens às nuvens e abriu as portas dos céus; 24 fez chover maná sobre eles, para alimentá-los, e lhes deu cereal do céu. 25 Todos comeram o pão dos anjos; ele enviou-lhes comida à vontade. 26 Fez soprar no céu o vento do Oriente e pelo seu poder conduziu o vento do Sul. 27 Também fez chover sobre eles carne como poeira e aves numerosas como a areia do mar. 28 Fez com que caíssem no meio do arraial deles, ao redor de suas tendas. 29 Então comeram e se fartaram a valer; pois lhes fez o que desejavam. 30 Porém não reprimiram o apetite. Ainda tinham o alimento na boca, 31 quando se elevou contra eles a ira de Deus, e entre os seus mais robustos semeou a morte, e prostrou os jovens de Israel. 32 Apesar de tudo isso, continuaram a pecar e não creram nas maravilhas de Deus. 33 Por isso, ele fez com que os seus dias se dissipassem num sopro e os seus anos, em súbito terror. 34 Quando os fazia morrer, eles o buscavam; arrependidos, procuravam Deus. 35 Lembravam-se de que Deus era a sua rocha e o Deus Altíssimo, o seu Redentor. 36 Lisonjeavam-no, porém de boca, e com a língua lhe mentiam.  37 Porque o coração deles não era firme para com ele, nem foram fiéis à sua aliança. 38 Ele, porém, que é misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; muitas vezes desvia a sua ira e não desperta toda a sua indignação. 39 Lembra-se de que eles são simples mortais, vento que passa e não volta mais. 40 Quantas vezes se rebelaram contra ele no deserto e nos lugares áridos lhe causaram tristeza! 41 Tornaram a pôr Deus à prova, ofenderam o Santo de Israel. 42 Não se lembraram do poder dele, nem do dia em que os resgatou do adversário; 43 de como no Egito ele operou os seus sinais e os seus prodígios, no campo de Zoã; 44 e transformou em sangue os rios deles, para que das suas correntes não bebessem. 45 Enviou contra eles enxames de moscas que os devorassem e rãs que os destruíssem.  46 Entregou às lagartas as suas colheitas e aos gafanhotos, o fruto do seu trabalho. 47 Com chuvas de pedra lhes destruiu as vinhas e os seus sicômoros, com geada. 48 Entregou ao granizo o gado deles e aos raios, os seus rebanhos. 49 Lançou contra eles o furor da sua ira: cólera, indignação e calamidade, legião de anjos portadores de males. 50 Deu livre curso à sua ira; não poupou da morte a alma deles, mas entregou a vida deles à peste. 51 Matou todos os primogênitos no Egito, as primícias do vigor nas tendas de Cam. 52 Fez sair o seu povo como ovelhas e o guiou pelo deserto, como um rebanho. 53 Dirigiu-o com segurança, e não tiveram medo, ao passo que o mar submergiu os seus inimigos. 54 Levou-os até a sua terra santa, até o monte que a sua mão direita adquiriu. 55 Da presença deles expulsou as nações, cuja região repartiu com eles por herança; e nas suas tendas fez habitar as tribos de Israel. 56 Ainda assim, tentaram o Deus Altíssimo, e a ele resistiram, e não lhe guardaram os testemunhos. 57 Tornaram atrás e foram infiéis como os seus pais; desviaram-se como um arco enganoso. 58 Pois o provocaram à ira com os seus lugares altos e com as suas imagens de escultura despertaram o seu ciúme.Deus ouviu isso e se indignou; rejeitou completamente o povo de Israel. 60 Por isso, abandonou o tabernáculo de Siló, a tenda de sua morada aqui na terra, 61 e passou a arca da aliança ao cativeiro, e a sua glória, à mão do adversário. 62 Entregou o seu povo à espada e se encolerizou contra a sua própria herança. 63 O fogo devorou os jovens deles, e as suas donzelas não tiveram canto nupcial. 64 Os seus sacerdotes caíram à espada, e as suas viúvas não fizeram lamentações. 65 Então o Senhor despertou como de um sono, como um valente que grita excitado pelo vinho; 66 fez recuar a golpes os seus adversários e os entregou a perpétuo desprezo. 67 Além disso, rejeitou a tenda de José e não elegeu a tribo de Efraim. 68 Pelo contrário, escolheu a tribo de Judá, o monte Sião, que ele amava. 69 E construiu o seu santuário durável como os céus e firme como a terra que estabeleceu para sempre. 70 Também escolheu o seu servo Davi, e o tirou do aprisco das ovelhas, 71 do cuidado das ovelhas e suas crias, para ser o pastor de Jacó, seu povo, e de Israel, sua herança. 72 E ele os apascentou segundo a integridade do seu coração e os dirigiu com sábias mãos.

Amor e justiça estão interligados. A ira divina é a resposta adequada do amor contra o mal, pois o mal sempre causa sofrimento a quem Deus ama. Não há nenhum caso nas Escrituras em que Deus fique irado de forma arbitrária ou injusta.

E embora o povo de Deus O tenha abandonado e traído repetidas vezes ao longo dos séculos, Ele continuou pacientemente a conceder compaixão além de todas as expectativas razoáveis (Ne 9:7-33), demonstrando assim a profundidade insondável de Sua compaixão longânima e de Seu amor misericordioso. Na verdade, de acordo com o Salmo 78:38, Deus, por ser “misericordioso, perdoa a iniquidade e não destrói; muitas vezes desvia a Sua ira e não desperta toda a Sua indignação”.

Você já ficou indignado com o mal feito a outros? Essa emoção o ajuda a entender a ira de Deus diante do mal?

Domingo, 26 de janeiro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O anor e a justiça de Deus. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 519, jan. fev. mar. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Os dias do mal

Lições da Bíblia1

1. Leia os Salmos 74:18-22; 79:5-13. O que está em jogo nesses textos?

Salmo 74:18-22 (NAA)2: “18 Lembra-te disto: o inimigo tem insultado o Senhor, e um povo insensato tem blasfemado o teu nome. 19 Não entregues à rapina a vida de tua pomba, nem te esqueças para sempre da vida dos teus aflitos. 20 Lembra-te da tua aliança, pois os lugares tenebrosos da terra estão cheios de moradas de violência. 21 Não fique envergonhado o oprimido; que o aflito e o necessitado louvem o teu nome. 22 Levanta-te, ó Deus, e defende a tua causa; lembra-te de como o ímpio te afronta todos os dias.

Salmo 79:5-13 (NAA)2: “5 Até quando, Senhor? Será para sempre a tua ira? Queimará como o fogo o teu zelo? 6 Derrama o teu furor sobre as nações que não te conhecem e sobre os reinos que não invocam o teu nome. 7 Porque eles devoraram Jacó e destruíram as suas moradas. 8 Não nos faças pagar pelas iniquidades de nossos pais; que as tuas misericórdias venham depressa ao nosso encontro, pois estamos muito abatidos. Ajuda-nos, ó Deus e Salvador nosso, pela glória do teu nome; livra-nos e perdoa os nossos pecados, por amor do teu nome. 10 Por que diriam as nações: “Onde está o Deus deles?” Seja manifesta entre as nações e diante dos nossos olhos a vingança do sangue dos teus servos, que foi derramado. 11 Chegue à tua presença o gemido dos prisioneiros; com o teu grande poder, preserva os que estão condenados à morte. 12 Retribui, Senhor, aos nossos vizinhos sete vezes mais as afrontas com que te afrontaram. 13 Quanto a nós, teu povo e ovelhas do teu pasto, para sempre te daremos graças; de geração em geração proclamaremos os teus louvores.”

O salmista procura compreender o grande conflito entre Deus e os poderes do mal e aponta para a insondável tolerância divina, bem como para Sua infinita sabedoria e poder. O problema do mal em Salmos é primariamente teológico; inevitavelmente diz respeito a questões sobre Deus. Assim, a destruição de Jerusalém e do templo é vista principalmente como um escândalo divino, porque deu aos pagãos a oportunidade de blasfemarem contra Deus. A herança divina (o povo de Israel) é o sinal da eleição e da aliança divinas (Dt 4:32-38; 32:8, 9) que nunca falharão. O conceito da herança de Deus também contém uma dimensão do fim dos tempos, visto que um dia todas as nações se tornarão herança de Deus e O servirão. A ideia de que as nações invadiram a herança divina ameaça essas promessas.

Sem dúvida, o salmista reconhece que os pecados do povo corromperam o relacionamento de aliança do povo com Deus e trouxeram sobre Israel todas as consequências. A sobrevivência do povo depende unicamente da intervenção graciosa de Deus e da restauração do vínculo da aliança por meio da expiação do pecado. O Senhor é “Salvador nosso”, fiel às Suas promessas da aliança (Sl 79:8, 9).

No entanto, mais importante do que a restauração da sorte de Israel é a defesa do caráter de Deus no mundo (Sl 79:9). Se as maldades das nações ficarem impunes, parecerá que Deus perdeu Seu poder (Sl 74:18-23; 83:16-18; 106:47). Somente quando Deus salvar Seu povo é que Seu nome será justificado e honrado.

Como no presente, o mesmo princípio existia naquela época. Nossos pecados, retrocessos e maldades podem trazer descrédito não apenas sobre nós mesmos, mas, pior, sobre o Deus cujo nome professamos. Nossas atitudes erradas também podem ter efeitos espirituais prejudiciais em nosso testemunho e em nossa missão. Quantas pessoas se desviaram da fé pelas atitudes daqueles que professam o nome de Cristo?

“A honra de Deus, a honra de Cristo, está envolvida no aperfeiçoamento do caráter de Seu povo” (Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações [CPB, 2021], p. 540). Como você entende essa importante verdade, e o que ela significa em sua vida cristã?

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O livro dos Salmos. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 515, jan. fev. mar. 2023. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.