O contexto histórico

Lições da Bíblia1:

Quando a família de Jacó chegou ao Egito depois de passar fome em Canaã (Gn 46), o Faraó foi amigável com os hebreus por causa de José e de tudo o que ele havia feito pelos egípcios.

“E Faraó disse mais a José: – Eis que eu o constituo autoridade sobre toda a terra do Egito. Então Faraó tirou o seu anel-sinete da mão e o pôs no dedo de José. Mandou que o vestissem com roupas de linho fino e lhe pôs no pescoço um colar de ouro. E o fez subir na sua segunda carruagem, e clamavam diante dele: ‘Inclinem-se todos!’” (Gn 41:41-43).

3. Qual foi a causa do sucesso surpreendente de José no Egito depois de um começo tão difícil? Gn 37:26-28; 39:2, 21

Gn 37:26-28 (NAA)2: 26 Então Judá disse aos irmãos: — O que vamos ganhar se matarmos o nosso irmão e depois escondermos a sua morte? 27 Venham, vamos vendê-lo aos ismaelitas. Não lhe façamos mal, pois é nosso irmão, é do nosso sangue. Seus irmãos concordaram. 28 E, quando os mercadores midianitas passaram, os irmãos de José o tiraram da cisterna e o venderam aos ismaelitas por vinte moedas de prata. E os ismaelitas levaram José para o Egito.

Gn 39:2, 21 (NAA)2: 2 O Senhor Deus estava com José, que veio a ser homem próspero e estava na casa de seu dono egípcio. […] 21 O Senhor, porém, estava com José, foi bondoso com ele e fez com que encontrasse favor aos olhos do carcereiro.

O contexto histórico mais provável para a história do êxodo é o seguinte: o novo Faraó, “que não havia conhecido José” (Êx 1:8), é Amés I (1570-1546 a.C.). Em seguida, veio Amenotepe I (1546-1526 a.C.), o governante que temia os israelitas e os oprimiu. Mais tarde, Tutemés I (1525-1512 a.C.) emitiu o decreto mandando matar todos os meninos hebreus recém-nascidos. Sua filha Hatshepsut (1503-1482 a.C.) foi a princesa que adotou Moisés. O Faraó Tutemés III (1504-1450 a.C.), que durante algum tempo governou junto com Hatshepsut, foi o Faraó do êxodo.

Segundo os estudos mais confiáveis, o êxodo ocorreu em março de 1450 a.C. (William H. Shea, “Exodus, Date of the”, em International Standard Bible Encyclopedia, ed. Geoffrey W. Bromiley [Eerdmans, 1982], v. 2, p. 230-238). Vários textos nos ajudam a estabelecer a data do êxodo (Gn 15:13-16; Êx 12:40, 41; Jz 11:26; 1Rs 6:1; At 7:6; Gl 3:16, 17).

O primeiro capítulo de Êxodo abrange um longo período, desde que Jacó entrou no Egito com sua família até o decreto de morte emitido pelo Faraó. Embora as datas exatas desses acontecimentos sejam debatidas pelos estudiosos, o mais importante é que, mesmo que o povo de Deus estivesse escravizado em terra estrangeira, Ele jamais o abandonou.

Detalhes históricos sobre o período em que os hebreus estiveram no Egito ainda são desconhecidos (1Co 13:12). No entanto, a revelação do caráter de Deus resplandece nas páginas do livro de Êxodo, como ocorre em toda a Bíblia. Mesmo que alguma situação pareça desesperadora, Deus está sempre presente, e podemos confiar Nele.

Segunda-feira, 30 de junho de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. O livro do êxodo. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 521, jul. ago. set. 2025. Adulto, Professor.
2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Israel no Egito – Estudo adicional

Lições da Bíblia1

Leia, de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 192-200 [233-240] (“José e seus irmãos”).

“A vida de José ilustra a de Cristo. Foi a inveja que moveu os irmãos de José a vendê-lo como escravo. Esperavam impedir que ele se tornasse superior a eles. […]. Semelhantemente os sacerdotes e anciãos judeus tinham inveja de Cristo, temendo que Ele roubasse deles a atenção do povo. Mataram-No para impedir que Ele Se tornasse rei; mas, ao agirem assim, foi esse mesmo resultado que obtiveram.

“José, mediante seu cativeiro no Egito, tornou-se um salvador para a família de seu pai; contudo, esse fato não diminuiu a culpa de seus irmãos. Da mesma forma, a crucifixão de Cristo, pelos Seus inimigos, fez Dele o Redentor da humanidade, o Salvador de uma raça decaída e Governador do mundo inteiro. No entanto, o crime de Seus assassinos foi tão hediondo como se a mão providencial de Deus não tivesse dirigido os acontecimentos para Sua glória e o bem do ser humano.

“Assim como José foi vendido aos gentios por seus próprios irmãos, Cristo foi vendido aos piores de Seus inimigos por um de Seus discípulos. José foi acusado falsamente e lançado na prisão por causa de sua virtude; assim também Cristo foi desprezado e rejeitado porque Sua vida justa e abnegada era uma repreensão ao pecado; […]. A paciência e humildade de José […] e a nobreza de sua generosidade para com seus irmãos desnaturados representam o resignado sofrimento do Salvador […] e Seu perdão não somente aos Seus assassinos, mas a todos que vão a Ele confessando seus pecados” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 198, 199 [239, 240]).

Perguntas para consideração

1. Depois que Jacó morreu, os irmãos de José temeram que Ele se vingasse. O que isso ensina sobre a culpa que nutriam? O que a reação de José nos ensina sobre o perdão?

2. Quais outros paralelos podemos encontrar entre a vida de José e a de Jesus Cristo?

3. Embora Deus conheça o futuro, somos livres nas escolhas que fazemos?

Quinta-feira, 23 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 

Jacó abençoa os filhos de José

Lições da Bíblia1

À medida que Jacó se aproximava da morte, ele se lembrou de seu antigo retorno a Betel (Gn 35:1-15), quando recebeu de Deus a promessa renovada da “propriedade perpétua” (Gn 48:4) que foi dada a Abraão (Gn 17:8).

A esperança da terra prometida era, portanto, um pensamento reconfortante que alimentava sua esperança ao sentir a morte chegar. Jacó então se voltou para os dois filhos de José, que nasceram no Egito, e os abençoou, mas o fez no contexto da promessa futura sobre sua própria descendência.

3. Leia Gênesis 48. Por que Jacó abençoou os dois filhos de José, e não seus outros netos?

Gênesis 48 (ARA)2: “1 Passadas estas coisas, disseram a José: Teu pai está enfermo. Então, José tomou consigo a seus dois filhos, Manassés e Efraim. 2 E avisaram a Jacó: Eis que José, teu filho, vem ter contigo. Esforçou-se Israel e se assentou no leito. 3 Disse Jacó a José: O Deus Todo-Poderoso me apareceu em Luz, na terra de Canaã, e me abençoou, 4 e me disse: Eis que te farei fecundo, e te multiplicarei, e te tornarei multidão de povos, e à tua descendência darei esta terra em possessão perpétua. 5 Agora, pois, os teus dois filhos, que te nasceram na terra do Egito, antes que eu viesse a ti no Egito, são meus; Efraim e Manassés serão meus, como Rúben e Simeão. 6 Mas a tua descendência, que gerarás depois deles, será tua; segundo o nome de um de seus irmãos serão chamados na sua herança. 7 Vindo, pois, eu de Padã, me morreu, com pesar meu, Raquel na terra de Canaã, no caminho, havendo ainda pequena distância para chegar a Efrata; sepultei-a ali no caminho de Efrata, que é Belém. 8 Tendo Israel visto os filhos de José, disse: Quem são estes? 9 Respondeu José a seu pai: São meus filhos, que Deus me deu aqui. Faze-os chegar a mim, disse ele, para que eu os abençoe. 10 Os olhos de Israel já se tinham escurecido por causa da velhice, de modo que não podia ver bem. José, pois, fê-los chegar a ele; e ele os beijou e os abraçou. 11 Então, disse Israel a José: Eu não cuidara ver o teu rosto; e eis que Deus me fez ver os teus filhos também. 12 E José, tirando-os dentre os joelhos de seu pai, inclinou-se à terra diante da sua face. 13 Depois, tomou José a ambos, a Efraim na sua mão direita, à esquerda de Israel, e a Manassés na sua esquerda, à direita de Israel, e fê-los chegar a ele. 14 Mas Israel estendeu a mão direita e a pôs sobre a cabeça de Efraim, que era o mais novo, e a sua esquerda sobre a cabeça de Manassés, cruzando assim as mãos, não obstante ser Manassés o primogênito. 15 E abençoou a José, dizendo: O Deus em cuja presença andaram meus pais Abraão e Isaque, o Deus que me sustentou durante a minha vida até este dia, 16 o Anjo que me tem livrado de todo mal, abençoe estes rapazes; seja neles chamado o meu nome e o nome de meus pais Abraão e Isaque; e cresçam em multidão no meio da terra. 17 Vendo José que seu pai pusera a mão direita sobre a cabeça de Efraim, foi-lhe isto desagradável, e tomou a mão de seu pai para mudar da cabeça de Efraim para a cabeça de Manassés. 18 E disse José a seu pai: Não assim, meu pai, pois o primogênito é este; põe a mão direita sobre a cabeça dele. 19 Mas seu pai o recusou e disse: Eu sei, meu filho, eu o sei; ele também será um povo, também ele será grande; contudo, o seu irmão menor será maior do que ele, e a sua descendência será uma multidão de nações. 20 Assim, os abençoou naquele dia, declarando: Por vós Israel abençoará, dizendo: Deus te faça como a Efraim e como a Manassés. E pôs o nome de Efraim adiante do de Manassés. 21 Depois, disse Israel a José: Eis que eu morro, mas Deus será convosco e vos fará voltar à terra de vossos pais. 22 Dou-te, de mais que a teus irmãos, um declive montanhoso, o qual tomei da mão dos amorreus com a minha espada e com o meu arco.”

Os dois filhos de José, Manassés e Efraim, são os únicos netos que Jacó abençoou. Dessa forma, foram elevados da condição de netos à condição de filhos (Gn 48:5). Embora a bênção de Jacó indicasse uma preeminência do segundo (Efraim) sobre o primeiro (Manassés), diz respeito essencialmente a José (Gn 48:15).

O que vemos é um testemunho pessoal sobre a fidelidade de Deus a eles no passado e Sua promessa para eles no futuro. Jacó referiu-se ao Deus de Abraão e Isaque, que os alimentou e protegeu. É o mesmo Deus que o tinha “livrado de todo mal” (Gn 48:15, 16). Jacó também tinha em mente “o Deus de Betel” (Gn 31:13), com quem lutou (Gn 32:29) e que mudou seu nome de Jacó para “Israel” (Gn 32:26-29).

Ao se referir a todas essas experiências, em que Deus transformou o mal em bem, Jacó expressou sua esperança de que Deus não só cuidaria da vida presente de seus netos, como fez por ele e por José, mas iria ampará-los também no futuro, quando seus descendentes voltassem para Canaã. Essa esperança é clara em sua referência a Siquém (Gn 48:22), que não era apenas um pedaço de terra que tinha adquirido (Gn 33:19), mas também um lugar em que os ossos de José seriam enterrados (Js 24:32) e onde a terra seria distribuída às tribos de Israel (Js 24:1). Mesmo em meio a tudo o que aconteceu, Jacó manteve em mente as promessas de Deus, que havia dito que, por meio daquela família, seriam “benditas todas as famílias da terra” (Gn 12:3).

A promessa de Gênesis 12:3 se cumpriu? Como obtemos essa bênção? (At 3:25, 26 [“25 Vós sois os filhos dos profetas e da aliança que Deus estabeleceu com vossos pais, dizendo a Abraão: Na tua descendência, serão abençoadas todas as nações da terra. 26 Tendo Deus ressuscitado o seu Servo, enviou-o primeiramente a vós outros para vos abençoar, no sentido de que cada um se aparte das suas perversidades.”])

Terça-feira, 21 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

Jacó vai a José

Lições da Bíblia1

1. Leia Gênesis 46. Qual é o significado da partida de Jacó de Canaã?

Gênesis 46 (ARA)2: “1 Partiu, pois, Israel com tudo o que possuía, e veio a Berseba, e ofereceu sacrifícios ao Deus de Isaque, seu pai.Falou Deus a Israel em visões, de noite, e disse: Jacó! Jacó! Ele respondeu: Eis-me aqui!Então, disse: Eu sou Deus, o Deus de teu pai; não temas descer para o Egito, porque lá eu farei de ti uma grande nação.Eu descerei contigo para o Egito e te farei tornar a subir, certamente. A mão de José fechará os teus olhos.Então, se levantou Jacó de Berseba; e os filhos de Israel levaram Jacó, seu pai, e seus filhinhos, e as suas mulheres nos carros que Faraó enviara para o levar. 6 Tomaram o seu gado e os bens que haviam adquirido na terra de Canaã e vieram para o Egito, Jacó e toda a sua descendência. 7 Seus filhos e os filhos de seus filhos, suas filhas e as filhas de seus filhos e toda a sua descendência, levou-os consigo para o Egito. 8 São estes os nomes dos filhos de Israel, Jacó, e seus filhos, que vieram para o Egito: Rúben, o primogênito de Jacó. 9 Os filhos de Rúben: Enoque, Palu, Hezrom e Carmi. 10 Os filhos de Simeão: Jemuel, Jamim, Oade, Jaquim, Zoar e Saul, filho de uma mulher cananeia. 11 Os filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari. 12 Os filhos de Judá: Er, Onã, Selá, Perez e Zera; Er e Onã, porém, morreram na terra de Canaã. Os filhos de Perez foram: Hezrom e Hamul. 13 Os filhos de Issacar: Tola, Puva, Jó e Sinrom. 14 Os filhos de Zebulom: Serede, Elom e Jaleel. 15 São estes os filhos de Lia, que ela deu à luz a Jacó em Padã-Arã, além de Diná, sua filha; todas as pessoas, de seus filhos e de suas filhas, trinta e três. 16 Os filhos de Gade: Zifiom, Hagi, Suni, Esbom, Eri, Arodi e Areli. 17 Os filhos de Aser: Imna, Isvá, Isvi, Berias e Sera, irmã deles; e os filhos de Berias: Héber e Malquiel. 18 São estes os filhos de Zilpa, a qual Labão deu a sua filha Lia; e estes deu ela à luz a Jacó, a saber, dezesseis pessoas. 19 Os filhos de Raquel, mulher de Jacó: José e Benjamim. 20 Nasceram a José na terra do Egito Manassés e Efraim, que lhe deu à luz Asenate, filha de Potífera, sacerdote de Om. 21 Os filhos de Benjamim: Belá, Bequer, Asbel, Gera, Naamã, Eí, Rôs, Mupim, Hupim e Arde. 22 São estes os filhos de Raquel, que nasceram a Jacó, ao todo catorze pessoas. 23 O filho de Dã: Husim. 24 Os filhos de Naftali: Jazeel, Guni, Jezer e Silém. 25 São estes os filhos de Bila, a qual Labão deu a sua filha Raquel; e estes deu ela à luz a Jacó, ao todo sete pessoas. 26 Todos os que vieram com Jacó para o Egito, que eram os seus descendentes, fora as mulheres dos filhos de Jacó, todos eram sessenta e seis pessoas; 27 e os filhos de José, que lhe nasceram no Egito, eram dois. Todas as pessoas da casa de Jacó, que vieram para o Egito, foram setenta. 28 Jacó enviou Judá adiante de si a José para que soubesse encaminhá-lo a Gósen; e chegaram à terra de Gósen. 29 Então, José aprontou o seu carro e subiu ao encontro de Israel, seu pai, a Gósen. Apresentou-se, lançou-se-lhe ao pescoço e chorou assim longo tempo. 30 Disse Israel a José: Já posso morrer, pois já vi o teu rosto, e ainda vives. 31 E José disse a seus irmãos e à casa de seu pai: Subirei, e farei saber a Faraó, e lhe direi: Meus irmãos e a casa de meu pai, que estavam na terra de Canaã, vieram para mim. 32 Os homens são pastores, são homens de gado, e trouxeram consigo o seu rebanho, e o seu gado, e tudo o que têm. 33 Quando, pois, Faraó vos chamar e disser: Qual é o vosso trabalho? 34 Respondereis: Teus servos foram homens de gado desde a mocidade até agora, tanto nós como nossos pais; para que habiteis na terra de Gósen, porque todo pastor de rebanho é abominação para os egípcios.”

Quando Jacó deixou Canaã, estava cheio de esperança. A certeza de que não sentiria mais fome e as boas-novas de que José estava vivo devem ter dado a ele o impulso de que precisava para deixar a terra prometida.

Sua partida relembra a experiência de Abraão, embora nesse caso ele estivesse indo para a terra prometida. Jacó ouviu a mesma promessa que Abraão ouviu de Deus, a saber, que Ele o tornaria “uma grande nação” (Gn 46:3; compare com Gn 12:2). O chamado divino nesse caso também é uma reminiscência da aliança de Deus com Abraão; em ambas as ocasiões, Ele usou as mesmas palavras tranquilizadoras, “não tenha medo” (Gn 46:3; Gn 15:1), que trazem a promessa de um futuro glorioso.

A lista abrangente dos nomes dos filhos de Israel que foram para o Egito, incluindo suas filhas (Gn 46:7), lembra a promessa divina de fecundidade a Abraão, mesmo quando ele ainda não tinha filhos. O número “setenta” (incluindo Jacó, José e seus dois filhos) expressa a ideia de totalidade. Refere-se a “todo o Israel” que foi para o Egito. Também é significativo que o número 70 corresponda ao número de nações (Gn 10), sugerindo que o destino de todas elas também estava em jogo na jornada de Jacó.

Essa verdade só se tornaria mais evidente muitos anos depois, após a cruz e a revelação mais completa do plano da salvação, que, é claro, foi para toda a humanidade, em todos os lugares, e não apenas para os filhos de Abraão.

Em outras palavras, por mais interessantes que sejam as histórias sobre essa família, a semente de Abraão e quaisquer lições espirituais que possamos tirar delas, esses relatos estão na Palavra de Deus pois fazem parte da história da salvação; são parte do plano divino para trazer a redenção para o maior número possível de pessoas neste planeta caído.

“Porque não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor de todos, rico para todos os que O invocam. Porque: ‘Todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo’” (Rm 10:12, 13). O que Paulo disse nessa passagem mostra a universalidade do evangelho? O que essas palavras nos dizem a respeito do que nós, como igreja, devemos fazer para ajudar a difundir o evangelho?

Domingo, 19 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

José, príncipe do Egito – Estudo adicional

Lições da Bíblia1

Leia, de Ellen G. White: Patriarcas e Profetas, p. 174-182 [213-223] (“José no Egito”); p. 183-194 [224-232] (“José e seus irmãos”).

“Os três dias de confinamento foram de amarga tristeza para os filhos de Jacó. Eles refletiram sobre seu procedimento errado no passado, especialmente sua crueldade para com José. Sabiam que, se fossem condenados como espiões e não pudessem apresentar provas da sua inocência, todos teriam que morrer ou se tornar escravos. Duvidavam de que qualquer esforço deles pudesse levar seu pai a consentir que Benjamim se afastasse dele, após a morte cruel, como imaginava, que José havia sofrido. Tinham vendido José como escravo e temiam que Deus planejasse puni-los, permitindo que se tornassem escravos. José imaginava que seu pai e as famílias de seus irmãos pudessem estar sofrendo por causa da fome, e ele estava convencido de que seus irmãos tinham se arrependido do tratamento cruel que lhe haviam dado e que de forma nenhuma tratariam Benjamim como o trataram” (Ellen G. White, Spiritual Gifts, v. 3, p. 155, 156).

“José estava satisfeito. Provou seus irmãos e viu neles os frutos do verdadeiro arrependimento dos seus pecados” (Ellen G. White, Spiritual Gifts, v. 3, p. 165).

Perguntas para consideração

1. José teria sido tão gentil com seus irmãos se não tivesse alcançado sucesso? Há indícios na história de José que revelam o caráter dele e que explicam sua bondade?

2. Podemos ver em José uma espécie de precursor de Cristo e do que Cristo sofreu?

3. José havia posto seus irmãos à prova. De que maneira semelhante Deus nos prova?

4. Depois de muitos anos, os irmãos perceberam sua culpa pelo que fizeram a José. O que isso ensina sobre o poder da culpa? Embora sejamos perdoados e aceitemos o perdão de Deus, como perdoar a nós mesmos, apesar de não merecermos o perdão?

Sexta-feira, 17 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 

Eu sou José, seu irmão

Lições da Bíblia1

5. Leia Gênesis 45. Que lições de amor, fé e esperança podemos encontrar nessa história?

Gênesis 45 (ARA)2: “1 Então, José, não se podendo conter diante de todos os que estavam com ele, bradou: Fazei sair a todos da minha presença! E ninguém ficou com ele, quando José se deu a conhecer a seus irmãos. 2 E levantou a voz em choro, de maneira que os egípcios o ouviam e também a casa de Faraó. E disse a seus irmãos: Eu sou José; vive ainda meu pai? E seus irmãos não lhe puderam responder, porque ficaram atemorizados perante ele.Disse José a seus irmãos: Agora, chegai-vos a mim. E chegaram-se. Então, disse: Eu sou José, vosso irmão, a quem vendestes para o Egito.Agora, pois, não vos entristeçais, nem vos irriteis contra vós mesmos por me haverdes vendido para aqui; porque, para conservação da vida, Deus me enviou adiante de vós. 6 Porque já houve dois anos de fome na terra, e ainda restam cinco anos em que não haverá lavoura nem colheita. 7 Deus me enviou adiante de vós, para conservar vossa sucessão na terra e para vos preservar a vida por um grande livramento.Assim, não fostes vós que me enviastes para cá, e sim Deus, que me pôs por pai de Faraó, e senhor de toda a sua casa, e como governador em toda a terra do Egito.Apressai-vos, subi a meu pai e dizei-lhe: Assim manda dizer teu filho José: Deus me pôs por senhor em toda terra do Egito; desce a mim, não te demores. 10 Habitarás na terra de Gósen e estarás perto de mim, tu, teus filhos, os filhos de teus filhos, os teus rebanhos, o teu gado e tudo quanto tens. 11 Aí te sustentarei, porque ainda haverá cinco anos de fome; para que não te empobreças, tu e tua casa e tudo o que tens. 12 Eis que vedes por vós mesmos, e meu irmão Benjamim vê também, que sou eu mesmo quem vos fala. 13 Anunciai a meu pai toda a minha glória no Egito e tudo o que tendes visto; apressai-vos e fazei descer meu pai para aqui. 14 E, lançando-se ao pescoço de Benjamim, seu irmão, chorou; e, abraçado com ele, chorou também Benjamim. 15 José beijou a todos os seus irmãos e chorou sobre eles; depois, seus irmãos falaram com ele. 16 Fez-se ouvir na casa de Faraó esta notícia: São vindos os irmãos de José; e isto foi agradável a Faraó e a seus oficiais. 17 Disse Faraó a José: Dize a teus irmãos: Fazei isto: carregai os vossos animais e parti; tornai à terra de Canaã, 18 tomai a vosso pai e a vossas famílias e vinde para mim; dar-vos-ei o melhor da terra do Egito, e comereis a fartura da terra. 19 Ordena-lhes também: Fazei isto: levai da terra do Egito carros para vossos filhinhos e para vossas mulheres, trazei vosso pai e vinde. 20 Não vos preocupeis com coisa alguma dos vossos haveres, porque o melhor de toda a terra do Egito será vosso. 21 E os filhos de Israel fizeram assim. José lhes deu carros, conforme o mandado de Faraó; também lhes deu provisão para o caminho. 22 A cada um de todos eles deu vestes festivais, mas a Benjamim deu trezentas moedas de prata e cinco vestes festivais. 23 Também enviou a seu pai dez jumentos carregados do melhor do Egito, e dez jumentos carregados de cereais e pão, e provisão para o seu pai, para o caminho. 24 E despediu os seus irmãos. Ao partirem, disse-lhes: Não contendais pelo caminho. 25 Então, subiram do Egito, e vieram à terra de Canaã, a Jacó, seu pai, 26 e lhe disseram: José ainda vive e é governador de toda a terra do Egito. Com isto, o coração lhe ficou como sem palpitar, porque não lhes deu crédito. 27 Porém, havendo-lhe eles contado todas as palavras que José lhes falara, e vendo Jacó, seu pai, os carros que José enviara para levá-lo, reviveu-se-lhe o espírito. 28 E disse Israel: Basta; ainda vive meu filho José; irei e o verei antes que eu morra.”

Foi naquele exato momento, em que Judá falou sobre o “mal” que cairia sobre ‘avi, “meu pai” (Gn 44:34), que José “gritou” (Gn 45:1) e então “se deu a conhecer” aos irmãos. Essa expressão, muitas vezes usada para se referir à autorrevelação de Deus (Êx 6:3; Ez 20:9), sugere que foi Deus quem Se revelou ali. Ou seja, o Senhor mostrou que Sua providência reina, mesmo apesar das fraquezas humanas.

Os irmãos de José não podiam acreditar no que estavam ouvindo e vendo. Assim, José foi obrigado a repetir: “Eu sou José, o irmão de vocês” (Gn 45:4), e somente na segunda vez, quando ouviram as palavras precisas, “que vocês venderam para o Egito” (Gn 45:4), foi que acreditaram.

José então declarou: “Deus me enviou” (Gn 45:5). Essa referência a Deus tinha um duplo propósito. Não servia somente para tranquilizar seus irmãos e mostrar que José não abrigava sentimentos ruins em relação a eles, mas era também uma profunda confissão de fé e uma expressão de esperança, porque o que tinham feito foi necessário para o “grande livramento” e a sobrevivência de um “remanescente” (Gn 45:7).

José então exortou seus irmãos a ir para seu pai a fim de prepará-lo para vir ao Egito. Ele proferiu palavras específicas sobre o lugar em que habitariam, isto é, Gósen, famoso por seu rico pasto, “o melhor da terra” (Gn 45:18, 20). Também cuidou do transporte: foram fornecidas carretas, o que convenceria Jacó de que seus filhos não mentiram para ele sobre o que acabaram de vivenciar (Gn 45:27). Jacó considerou essa demonstração visível como evidência de que José estava vivo, e isso era o suficiente para que voltasse a viver (compare com Gn 37:35; Gn 44:29).

Tudo ficou bem. Os 12 filhos de Jacó estavam vivos. Jacó então era chamado “Israel” (Gn 45:28), e a providência divina havia sido manifestada de maneira poderosa.

Sim, José foi gentil com seus irmãos. Como podemos ser gentis com aqueles cujo mal para conosco não teve um resultado tão bom como foi para José?

Quinta-feira, 16 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

O copo de adivinhação

Lições da Bíblia1

4. Leia Gênesis 44. Por que José colocou o copo de adivinhação no saco de mantimentos de Benjamim e não no de outro irmão?

Gênesis 44 (ARA)2: “1 Deu José esta ordem ao mordomo de sua casa: Enche de mantimento os sacos que estes homens trouxeram, quanto puderem levar, e põe o dinheiro de cada um na boca do saco de mantimento.O meu copo de prata pô-lo-ás na boca do saco de mantimento do mais novo, com o dinheiro do seu cereal. E assim se fez segundo José dissera. 3 De manhã, quando já claro, despediram-se estes homens, eles com os seus jumentos. 4 Tendo saído eles da cidade, não se havendo ainda distanciado, disse José ao mordomo de sua casa: Levanta-te e segue após esses homens; e, alcançando-os, lhes dirás: Por que pagastes mal por bem?Não é este o copo em que bebe meu senhor? E por meio do qual faz as suas adivinhações? Procedestes mal no que fizestes. 6 E alcançou-os e lhes falou essas palavras. 7 Então, lhe responderam: Por que diz meu senhor tais palavras? Longe estejam teus servos de praticar semelhante coisa. 8 O dinheiro que achamos na boca dos sacos de mantimento, tornamos a trazer-te desde a terra de Canaã; como, pois, furtaríamos da casa do teu senhor prata ou ouro? 9 Aquele dos teus servos, com quem for achado, morra; e nós ainda seremos escravos do meu senhor. 10 Então, lhes respondeu: Seja conforme as vossas palavras; aquele com quem se achar será meu escravo, porém vós sereis inculpados. 11 E se apressaram, e, tendo cada um posto o saco de mantimento em terra, o abriu. 12 O mordomo os examinou, começando do mais velho e acabando no mais novo; e achou-se o copo no saco de mantimento de Benjamim. 13 Então, rasgaram as suas vestes e, carregados de novo os jumentos, tornaram à cidade. 14 E chegou Judá com seus irmãos à casa de José; este ainda estava ali; e prostraram-se em terra diante dele. 15 Disse-lhes José: Que é isso que fizestes? Não sabíeis vós que tal homem como eu é capaz de adivinhar? 16 Então, disse Judá: Que responderemos a meu senhor? Que falaremos? E como nos justificaremos? Achou Deus a iniquidade de teus servos; eis que somos escravos de meu senhor, tanto nós como aquele em cuja mão se achou o copo. 17 Mas ele disse: Longe de mim que eu tal faça; o homem em cuja mão foi achado o copo, esse será meu servo; vós, no entanto, subi em paz para vosso pai. 18 Então, Judá se aproximou dele e disse: Ah! Senhor meu, rogo-te, permite que teu servo diga uma palavra aos ouvidos do meu senhor, e não se acenda a tua ira contra o teu servo; porque tu és como o próprio Faraó. 19 Meu senhor perguntou a seus servos: Tendes pai ou irmão? 20 E respondemos a meu senhor: Temos pai já velho e um filho da sua velhice, o mais novo, cujo irmão é morto; e só ele ficou de sua mãe, e seu pai o ama. 21 Então, disseste a teus servos: Trazei-mo, para que ponha os olhos sobre ele. 22 Respondemos ao meu senhor: O moço não pode deixar o pai; se deixar o pai, este morrerá. 23 Então, disseste a teus servos: Se vosso irmão mais novo não descer convosco, nunca mais me vereis o rosto. 24 Tendo nós subido a teu servo, meu pai, e a ele repetido as palavras de meu senhor, 25 disse nosso pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento. 26 Nós respondemos: Não podemos descer; mas, se nosso irmão mais moço for conosco, desceremos; pois não podemos ver a face do homem, se este nosso irmão mais moço não estiver conosco. 27 Então, nos disse o teu servo, nosso pai: Sabeis que minha mulher me deu dois filhos; 28 um se ausentou de mim, e eu disse: Certamente foi despedaçado, e até agora não mais o vi; 29 se agora também tirardes este da minha presença, e lhe acontecer algum desastre, fareis descer as minhas cãs com pesar à sepultura. 30 Agora, pois, indo eu a teu servo, meu pai, e não indo o moço conosco, visto a sua alma estar ligada com a alma dele, 31 vendo ele que o moço não está conosco, morrerá; e teus servos farão descer as cãs de teu servo, nosso pai, com tristeza à sepultura. 32 Porque teu servo se deu por fiador por este moço para com o meu pai, dizendo: Se eu o não tornar a trazer-te, serei culpado para com o meu pai todos os dias. 33 Agora, pois, fique teu servo em lugar do moço por servo de meu senhor, e o moço que suba com seus irmãos. 34 Porque como subirei eu a meu pai, se o moço não for comigo? Para que não veja eu o mal que a meu pai sobrevirá.”

Essa história é paralela à anterior. Como antes, José deu instruções específicas; e, mais uma vez, encheu os sacos com alimento. Dessa vez, no entanto, José adicionou a estranha ordem para colocar seu precioso copo no saco de mantimentos de Benjamim.

Os eventos tomaram um curso diferente. Na viagem anterior, os irmãos voltaram a Canaã para levar Benjamim com eles. Agora, eles precisavam voltar ao Egito para enfrentar José. Na situação anterior todos os irmãos encontraram a mesma coisa nos sacos. Dessa vez, Benjamim foi apontado como aquele que tinha o copo de José. Inesperadamente, Benjamim, que sendo convidado de honra teve acesso à taça de José, tornou-se suspeito de ter roubado aquele artigo precioso. Ele iria para a prisão.

O fato de José ter usado um copo de adivinhação não significava que acreditasse nisso. “Nunca havia pretendido o poder de adivinhação, mas queria fazê-los crer que podia ler seus segredos” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 188, 189 [229]).

O cálice mágico foi para José um pretexto para evocar o domínio sobrenatural e, assim, despertar em seus irmãos o sentimento de culpa para com Deus. Foi assim que Judá interpretou a mensagem implícita de José, porque ele se referiu à iniquidade que Deus encontrou neles (Gn 44:16). Além disso, o roubo do copo precioso justificaria uma punição severa e, assim, poria à prova o pensamento dos outros irmãos.

A intensidade da emoção dos irmãos e sua reação são significativas. Estavam todos unidos na mesma dor, temendo por Benjamim, que estaria perdido como José, e como ele se tornaria escravo no Egito, embora fosse também inocente. Por isso, Judá se ofereceu para ser levado como escravo “em lugar” de Benjamim (Gn 44:33), assim como o carneiro foi sacrificado “em lugar” do inocente Isaque (compare com Gn 22:13). Judá se apresentou como um sacrifício, uma substituição, cujo propósito era justamente enfrentar aquele “mal” que assolaria seu pai (Gn 44:34).

Que princípio de amor, conforme exemplificado na resposta de Judá, está implícito no processo de substituição? Como esse tipo de amor explica a teologia bíblica da salvação? (Veja Rm 5:8 [“Mas Deus prova o seu próprio amor para conosco pelo fato de ter Cristo morrido por nós, sendo nós ainda pecadores.”]

Quarta-feira, 15 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

José e Benjamim

Lições da Bíblia1

Jacó não poderia permitir facilmente a partida de Benjamim, seu único filho com Raquel que permanecia com ele. Tinha medo de perdê-lo, pois já havia perdido José (Gn 43:6-8). Somente quando não havia mais alimento (Gn 43:2) e quando Judá se comprometeu a garantir o retorno de Benjamim (Gn 43:9), Jacó finalmente consentiu em uma segunda visita ao Egito e permitiu que Benjamim fosse com seus irmãos

3. Que efeito teve a presença de Benjamim no curso dos eventos? Gn 43

Gn 43 (ARA)2: “1 A fome persistia gravíssima na terra. 2 Tendo eles acabado de consumir o cereal que trouxeram do Egito, disse-lhes seu pai: Voltai, comprai-nos um pouco de mantimento. 3 Mas Judá lhe respondeu: Fortemente nos protestou o homem, dizendo: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco. 4 Se resolveres enviar conosco o nosso irmão, desceremos e te compraremos mantimento; 5 se, porém, não o enviares, não desceremos; pois o homem nos disse: Não me vereis o rosto, se o vosso irmão não vier convosco. 6 Disse-lhes Israel: Por que me fizestes esse mal, dando a saber àquele homem que tínheis outro irmão? 7 Responderam eles: O homem nos perguntou particularmente por nós e pela nossa parentela, dizendo: Vive ainda vosso pai? Tendes outro irmão? Respondemos-lhe segundo as suas palavras. Acaso, poderíamos adivinhar que haveria de dizer: Trazei vosso irmão? 8 Com isto disse Judá a Israel, seu pai: Envia o jovem comigo, e nos levantaremos e iremos; para que vivamos e não morramos, nem nós, nem tu, nem os nossos filhinhos. 9 Eu serei responsável por ele, da minha mão o requererás; se eu to não trouxer e não to puser à presença, serei culpado para contigo para sempre. 10 Se não nos tivéssemos demorado já estaríamos, com certeza, de volta segunda vez. 11 Respondeu-lhes Israel, seu pai: Se é tal, fazei, pois, isto: tomai do mais precioso desta terra nos sacos para o mantimento e levai de presente a esse homem: um pouco de bálsamo e um pouco de mel, arômatas e mirra, nozes de pistácia e amêndoas; 12 levai também dinheiro em dobro; e o dinheiro restituído na boca dos sacos de cereal, tornai a levá-lo convosco; pode bem ser que fosse engano. 13 Levai também vosso irmão, levantai-vos e voltai àquele homem. 14 Deus Todo-Poderoso vos dê misericórdia perante o homem, para que vos restitua o vosso outro irmão e deixe vir Benjamim. Quanto a mim, se eu perder os filhos, sem filhos ficarei. 15 Tomaram, pois, os homens os presentes, o dinheiro em dobro e a Benjamim; levantaram-se, desceram ao Egito e se apresentaram perante José. 16 Vendo José a Benjamim com eles, disse ao despenseiro de sua casa: Leva estes homens para casa, mata reses e prepara tudo; pois estes homens comerão comigo ao meio-dia. 17 Fez ele como José lhe ordenara e levou os homens para a casa de José. 18 Os homens tiveram medo, porque foram levados à casa de José; e diziam: É por causa do dinheiro que da outra vez voltou nos sacos de cereal, para nos acusar e arremeter contra nós, escravizar-nos e tomar nossos jumentos. 19 E se chegaram ao mordomo da casa de José, e lhe falaram à porta, 20 e disseram: Ai! Senhor meu, já uma vez descemos a comprar mantimento; 21 quando chegamos à estalagem, abrindo os sacos de cereal, eis que o dinheiro de cada um estava na boca do saco de cereal, nosso dinheiro intacto; tornamos a trazê-lo conosco. 22 Trouxemos também outro dinheiro conosco, para comprar mantimento; não sabemos quem tenha posto o nosso dinheiro nos sacos de cereal. 23 Ele disse: Paz seja convosco, não temais; o vosso Deus, e o Deus de vosso pai, vos deu tesouro nos sacos de cereal; o vosso dinheiro me chegou a mim. E lhes trouxe fora a Simeão. 24 Depois, levou o mordomo aqueles homens à casa de José e lhes deu água, e eles lavaram os pés; também deu ração aos seus jumentos. 25 Então, prepararam o presente, para quando José viesse ao meio-dia; pois ouviram que ali haviam de comer. 26 Chegando José a casa, trouxeram-lhe para dentro o presente que tinham em mãos; e prostraram-se perante ele até à terra. 27 Ele lhes perguntou pelo seu bem-estar e disse: Vosso pai, o ancião de quem me falastes, vai bem? Ainda vive? 28 Responderam: Vai bem o teu servo, nosso pai vive ainda; e abaixaram a cabeça e prostraram-se. 29 Levantando José os olhos, viu a Benjamim, seu irmão, filho de sua mãe, e disse: É este o vosso irmão mais novo, de quem me falastes? E acrescentou: Deus te conceda graça, meu filho. 30 José se apressou e procurou onde chorar, porque se movera no seu íntimo, para com seu irmão; entrou na câmara e chorou ali. 31 Depois, lavou o rosto e saiu; conteve-se e disse: Servi a refeição. 32 Serviram-lhe a ele à parte, e a eles também à parte, e à parte aos egípcios que comiam com ele; porque aos egípcios não lhes era lícito comer pão com os hebreus, porquanto é isso abominação para os egípcios. 33 E assentaram-se diante dele, o primogênito segundo a sua primogenitura e o mais novo segundo a sua menoridade; disto os homens se maravilhavam entre si. 34 Então, lhes apresentou as porções que estavam diante dele; a porção de Benjamim era cinco vezes mais do que a de qualquer deles. E eles beberam e se regalaram com ele.

A presença de Benjamim dominou os eventos. Quando todos os irmãos estavam diante de José, ele foi a única pessoa que José viu (Gn 43:16) e o único chamado “irmão” (Gn 43:29). Enquanto Benjamim é chamado pelo nome, todos os outros não são identificados; são simplesmente chamados de “homens” (Gn 43:16).

José chamou Benjamim de “meu filho”, como uma expressão reconfortante de afeto especial (Gn 43:29; compare com Gn 22:8). A bênção de José referia-se à “graça” (Gn 43:29), uma reminiscência de seu pedido de graça, o qual não foi atendido (Gn 42:21). José deu a Benjamim a graça que ele não recebeu de seus outros irmãos.

Enquanto os irmãos de José temiam ser presos por causa do dinheiro devolvido, José preparava um banquete para eles por causa da presença de Benjamim. É como se ele tivesse um efeito redentivo sobre a situação. Quando todos os irmãos estavam assentados de acordo com a idade e respeitando as regras de honra, Benjamim, o mais jovem, foi servido cinco vezes mais do que os outros (Gn 43:33, 34). No entanto, esse favoritismo não os incomodou, como acontecia quando José era o favorito de seu pai, o que levou a suas ações terríveis para com seu meio-irmão e seu pai (Gn 37:3, 4).

“Por esse sinal de favor para com Benjamim, esperava averiguar se o irmão mais novo era olhado com a inveja e o ódio que haviam sido manifestados para com ele. Ainda supondo que José não compreendia sua língua, os irmãos conversavam livremente uns com os outros. Assim ele teve uma boa oportunidade de conhecer seus verdadeiros sentimentos. Ainda desejava prová-los mais e, antes de sua partida, ordenou que seu próprio copo de prata fosse escondido no saco de mantimentos do mais novo” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 187, 188 [228, 229]).

Terça-feira, 14 de junho de 2022. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Gênesis. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 508, abr. maio jun. 2022. Adulto, Professor. 
2 BÍBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.