A parábola do filho perdido – parte 2

Lições da Bíblia

“4. A volta para casa (Lc 15:17-20) foi uma viagem de arrependimento. A viagem começou quando ele caiu em si. O reconhecimento de onde ele estava, em comparação com o que era o lar do pai, o levou a decidir: ‘Levantar-me-ei, e irei ter com o meu pai.’ O filho pródigo voltou para casa com um discurso de quatro partes que define o verdadeiro significado do arrependimento.”1

“Em primeiro lugar, há um reconhecimento do pai como ‘meu pai’ (v. 18). O filho pródigo então precisa apoiar-se e confiar no amor e no perdão de seu pai, assim como precisamos aprender a confiar no amor e no perdão de nosso Pai celestial.”1

“Em segundo lugar, há confissão: o que o pródigo fez não foi um erro de discernimento, mas um pecado contra Deus e o pai (v. 18).”1

“Em terceiro lugar, há contrição: ‘Já não sou digno’ (v. 19). O reconhecimento da própria indignidade, em contraste com a dignidade de Deus, é essencial para que o verdadeiro arrependimento ocorra.”1

“Em quarto lugar, há petição: ‘Faze-me’ (v. 19, ARC). O alvo do arrependimento é submissão à vontade de Deus, qualquer que seja ela. O filho voltou ao lar.”1

“5. O pai expectante (Lc 15:20, 21) [‘20 E, levantando-se, foi para seu pai. Vinha ele ainda longe, quando seu pai o avistou, e, compadecido dele, correndo, o abraçou, e beijou. 21 E o filho lhe disse: Pai, pequei contra o céu e diante de ti; já não sou digno de ser chamado teu filho.’]2. A espera e a vigília, a dor e a esperança, começaram no momento em que o pródigo pôs os pés fora de casa. A espera terminou quando o pai o viu ‘ainda longe’, e então, ‘compadecido dele, correndo, o abraçou e beijou’ (v. 20). Nenhuma outra imagem captura o caráter de Deus como essa de um pai expectante.”1

“6. A família regozijante (Lc 15:22-25) [‘22 O pai, porém, disse aos seus servos: Trazei depressa a melhor roupa, vesti-o, ponde-lhe um anel no dedo e sandálias nos pés; 23 trazei também e matai o novilho cevado. Comamos e regozijemo-nos, 24 porque este meu filho estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado. E começaram a regozijar-se. 25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças.’]2. O pai abraçou o filho, vestiu-o com uma nova roupa, colocou-lhe um anel no dedo e sapatos nos pés, e mandou dar uma festa. A família estava comemorando. Se sair de casa foi a morte, a volta foi uma ressurreição e, como tal, digna de ser comemorada. O filho era, de fato, um pródigo, mas, apesar disso, um filho, e por todo filho arrependido há alegria no Céu (v. 7).”1

“7. O filho mais velho (Lc 15:25-32) [‘25 Ora, o filho mais velho estivera no campo; e, quando voltava, ao aproximar-se da casa, ouviu a música e as danças. 26 Chamou um dos criados e perguntou-lhe que era aquilo. 27 E ele informou: Veio teu irmão, e teu pai mandou matar o novilho cevado, porque o recuperou com saúde. 28 Ele se indignou e não queria entrar; saindo, porém, o pai, procurava conciliá-lo. 29 Mas ele respondeu a seu pai: Há tantos anos que te sirvo sem jamais transgredir uma ordem tua, e nunca me deste um cabrito sequer para alegrar-me com os meus amigos; 30 vindo, porém, esse teu filho, que desperdiçou os teus bens com meretrizes, tu mandaste matar para ele o novilho cevado. 31 Então, lhe respondeu o pai: Meu filho, tu sempre estás comigo; tudo o que é meu é teu. 32 Entretanto, era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado.’]2. O filho mais novo estava perdido quando saiu de casa para ir a uma terra distante; o filho mais velho estava perdido porque, embora estivesse fisicamente em casa, seu coração estava numa terra distante. Um coração assim é irado (v. 28), queixoso, cheio de justiça própria (v. 29), e se recusa a reconhecer um irmão. Em vez disso, reconhece apenas ‘esse teu filho’, um desperdiçador sem caráter (v. 30). A atitude do filho mais velho para com o pai é a mesma dos fariseus que acusaram Jesus: ‘Este recebe pecadores e come com eles’ (v. 2).”

“A palavra final do pai para o filho mais velho reflete a atitude do Céu para com todos os pecadores arrependidos: ‘Era preciso que nos regozijássemos e nos alegrássemos, porque esse teu irmão estava morto e reviveu, estava perdido e foi achado’ (v. 32).”1

“Ponha-se no lugar do filho mais velho. Por mais errada que seja sua maneira de pensar, por que faz tanto ‘sentido’ que nos sintamos dessa forma? Como essa história revela maneiras pelas quais o evangelho vai além do que ‘faz sentido’?”1

Terça-feira, 19 de maio de 2015 . Saiba mais, ouça o Comentário em áudio  da Lição da Escola Sabatina (LES) ou se preferir faça um Curso Bíblico.

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1 LIÇÕES da escola sabatina. O evangelho de Lucas. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 480, Abr. Mai. Jun. 2015. Adulto, Professor.

2 BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.

A parábola do filho perdido – parte 1

Lições da Bíblia

“Aclamada na História como a mais bela narrativa contada sobre a natureza perdoadora do amor, a parábola do filho pródigo (Lc 15:11-32), narrada apenas por Lucas, pode, com razão, ser chamada de a parábola do pai amoroso e de dois filhos perdidos. Um filho preferiu a vida desordenada numa terra distante em vez do amor do pai. O outro filho escolheu ficar em casa, mas não conhecia plenamente o amor do pai nem o significado de ter um irmão. A parábola pode ser estudada em sete partes, sendo que quatro delas tratam do pródigo, duas do pai e uma do irmão mais velho.”1

“1. ‘Dá-me’ (Lc 15:12) [‘o mais moço deles disse ao pai: Pai, dá-me a parte dos bens que me cabe. E ele lhes repartiu os haveres.’]2. A decisão do filho mais novo de requerer do pai sua parte na propriedade não foi uma atitude repentina, impulsiva. Frequentemente, o pecado ocorre após um longo tempo de concentração da mente em prioridades errôneas. O filho mais novo deve ter ouvido amigos falarem sobre o brilho e o glamour de terras distantes. A vida no lar era muito rígida. Ali havia amor, mas o amor impunha limites; a terra distante lhe oferecia uma vida sem restrições. O pai era demasiadamente protetor, e seu amor cerceava muito. O filho desejava liberdade e, na busca pela liberdade irrestrita estava a semente da rebelião.”1

“2. ‘Por que eu?’ (Lc 15:13-16) [‘13 Passados não muitos dias, o filho mais moço, ajuntando tudo o que era seu, partiu para uma terra distante e lá dissipou todos os seus bens, vivendo dissolutamente. 14 Depois de ter consumido tudo, sobreveio àquele país uma grande fome, e ele começou a passar necessidade. 15 Então, ele foi e se agregou a um dos cidadãos daquela terra, e este o mandou para os seus campos a guardar porcos. 16 Ali, desejava ele fartar-se das alfarrobas que os porcos comiam; mas ninguém lhe dava nada.’]2. O filho pegou toda a sua parte em dinheiro e partiu para uma ‘terra distante’. A terra distante é um lugar longe da casa do pai. Os olhos solícitos do amor, a cerca protetora da lei e a graça, sempre presente, a envolver, são estranhos à terra distante. A terra distante é de vida dissoluta (Lc 15:13). A palavra grega traduzida como ‘dissolutamente’ (asotos) aparece outras três vezes no Novo Testamento como substantivo, traduzida como ‘dissolução’ relacionada à embriaguez (Ef 5:18), ‘dissolução’ associada à rebelião (Tt 1:6) e como ‘devassidão’, que inclui libertinagem, sensualidade, bebedeiras, orgias e farras, e idolatria repugnante (1Pe 4:3, 4). Esses prazeres da vida imoral acabaram com a saúde e com a riqueza do filho, e logo ele ficou sem dinheiro, sem amigos e sem comida. Sua vida brilhante terminou na sarjeta. Sem comida, ao ponto de viver em perpétua penúria, ele achou emprego para cuidar de porcos, um destino cruel para um judeu.”1

“3. ‘Faze-me’ (Lc 15:17-19, ARC) [‘17 E, caindo em si, disse: Quantos trabalhadores de meu pai têm abundância de pão, e eu aqui pereço de fome! 18 Levantar-me-ei, e irei ter com meu pai, e dir-lhe-ei: Pai, pequei contra o céu e perante ti. 19 Já não sou digno de ser chamado teu filho; faze-me como um dos teus trabalhadores.’]. Mas até o pródigo ainda é filho, e tem o poder de escolher dar meia-volta. Assim, o filho, ‘caindo em si’, lembrou-se de um lugar chamado lar, de uma pessoa conhecida como pai, de um laço de relacionamento chamado amor. Ele voltou a pé para casa, com um discurso preparado, para suplicar ao pai: ‘Faze-me’. Isto é, faça de mim o que o senhor quiser, mas deixe-me estar diante de seus olhos vigilantes, dentro do cuidado de seu amor. Que melhor lar existe do que o coração do pai?”1

“Por quais coisas do mundo você se vê particularmente tentado, e se vê pensando: ‘Oh, isso não é tão ruim’, quando, no íntimo, você sabe que é?”1

Segunda-feira, 18 de maio de 2015 . Saiba mais, ouça o Comentário em áudio  da Lição da Escola Sabatina (LES) ou se preferir faça um Curso Bíblico.

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1 LIÇÕES da escola sabatina. O evangelho de Lucas. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 480, Abr. Mai. Jun. 2015. Adulto, Professor.

2 BIBLIA. Português. Bíblia sagrada. Tradução João Ferreira de Almeida. Revista e atualizada no Brasil. 2. ed. Barueri: Sociedade Bíblica do Brasil, 1999.