Livre-arbítrio

Lições da Bíblia1:

4. Leia Deuteronômio 20:10, 15-18; 13:12-18; Josué 10:40. Como a lei sobre a guerra e os procedimentos contra cidades idólatras em Israel, apresentados em Deuteronômio, nos ajudam a entender os limites da destruição na guerra em que os israelitas estavam envolvidos?

Deuteronômio 20:10, 15-18 (NAA)2:  10 — Quando vocês se aproximarem de uma cidade para lutar contra ela, apresentem-lhe primeiro uma proposta de paz. […] 15 Façam assim com todas as cidades que estiverem longe de vocês, que não forem das cidades destes povos. 16 — Porém, das cidades destas nações que o Senhor, seu Deus, lhes dá como herança, não deixem ninguém com vida. 17 Pelo contrário, como o Senhor, seu Deus, ordenou, vocês devem destruí-las totalmente: os heteus, os amorreus, os cananeus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus, 18 para que estas nações não ensinem vocês a fazer segundo todas as suas abominações, que fizeram a seus deuses, pois vocês estariam pecando contra o Senhor, seu Deus.

Deuteronômio 13:12-18 (NAA)2: 12 — Se em alguma das cidades que o Senhor, seu Deus, lhes dá para morar vocês ouvirem dizer 13 que homens malignos saíram do meio de vocês e incitaram os moradores da cidade, dizendo: “Vamos servir outros deuses”, deuses que vocês não conheceram, 14 então vocês devem inquirir, investigar e perguntar com diligência. E eis que, se for verdade e certo que tal abominação foi praticada no meio de vocês, 15 então certamente vocês deverão matar a fio de espada os moradores daquela cidade, destruindo-a completamente e tudo o que nela houver, até os animais. 16 Depois ajuntem todo o seu despojo no meio da praça e queimem a cidade e todo o seu despojo como oferta total ao Senhor, seu Deus. E a cidade ficará um montão de ruínas para sempre; nunca mais deverá ser edificada. 17 Também nada do que for condenado deverá ficar nas mãos de vocês, para que o Senhor se afaste do furor da sua ira, seja misericordioso, e tenha piedade de vocês, e os multiplique, como jurou aos pais de vocês. 18 Isto se vocês ouvirem a voz do Senhor, seu Deus, e guardarem todos os seus mandamentos que hoje lhes ordeno, para que façam o que é reto aos olhos do Senhor, seu Deus.

Josué 10:40 (NAA)2: Assim Josué conquistou toda aquela terra, a região montanhosa, o Neguebe, a Sefelá e as descidas das águas, e derrotou todos os seus reis. Destruiu tudo o que tinha fôlego de vida, sem deixar nem sequer um, como o Senhor, o Deus de Israel, havia ordenado.

O texto hebraico usa um termo para descrever a destruição de pessoas na guerra: herem. Essa palavra se refere ao que é “condenado”, “amaldiçoado” ou “entregue à destruição”. Ela se refere a colocar pessoas, animais ou objetos inanimados, de maneira completa e irrevogável, dentro do domínio exclusivo de Deus, o que na guerra envolvia, na maioria dos casos, sua destruição. Precisamos entender o conceito e a prática do herem como a eliminação de um povo, no contexto de guerra, à luz do conflito de Yahweh com as forças do mal, onde Seu caráter e reputação estão em jogo.

Desde o surgimento do pecado no mundo, não há neutralidade: ou estamos do lado de Deus ou contra Ele. Um lado leva à vida eterna e o outro à morte eterna.

A prática da destruição total (herem) descreve o justo juízo de Deus contra o pecado e o mal. O Senhor delegou a execução de parte de Seu juízo à Sua nação escolhida, o antigo Israel. A entrega à destruição estava sob Seu rígido controle teocrático, limitada a certo período da história (a conquista de Canaã) e a uma área geográfica definida (a antiga Canaã). As pessoas entregues à destruição foram aquelas que se rebelaram contra os propósitos de Deus e os desafiaram, rejeitando todo arrependimento. Portanto, a decisão de Deus de destruí-los não foi arbitrária nem nacionalista.

Além disso, Israel poderia esperar o mesmo destino se decidisse adotar o mesmo estilo de vida dos cananeus (ver Dt 13). À primeira vista, poderia parecer que cada lado da guerra divina tinha seu futuro pré-definido (os israelitas herdariam o território e os cananeus seriam destruídos). No entanto, havia a possibilidade de ir de um lado para o outro, como veremos nos casos de Raabe, Acã e os gibeonitas.

Portanto, as pessoas não eram arbitrariamente protegidas ou destruí-das. Aqueles que se beneficiavam do relacionamento com Yahweh podiam perder essa condição privilegiada caso se rebelassem, e aqueles que seriam entregues à destruição podiam se submeter à autoridade de Yahweh e viver.

Que lições tiramos do desafio dos cananeus a Deus? Como nossas escolhas hoje impactam nossa vida?

Quarta-feira, 29 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Desapropriação ou aniquilação?

Lições da Bíblia1:

3. Leia Êxodo 23:28-30; 33:2; 34:11; Números 33:52; Deuteronômio 7:20. Compare esses textos com Êxodo 34:13; Deuteronômio 7:5; 9:3; 12:2, 3; 31:3, 4. O que essas passagens revelam sobre o propósito da conquista de Canaã e a extensão da destruição?

Êxodo 23:28-30 (NAA)2: 28 Também enviarei vespas diante de vocês, que expulsem os heveus, os cananeus e os heteus de diante de vocês. 29 Não os expulsarei de diante de vocês num só ano, para que a terra não se torne em desolação, e as feras do campo não se multipliquem contra vocês. 30 Pouco a pouco os expulsarei de diante de vocês, até que vocês se multipliquem e tomem posse da terra.

Êxodo 33:2 (NAA)2: Enviarei o Anjo adiante de você e expulsarei os cananeus, os amorreus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.

Êxodo 34:11 (NAA)2: Observe o que hoje eu ordeno a vocês: eis que expulsarei da frente de vocês os amorreus, os cananeus, os heteus, os ferezeus, os heveus e os jebuseus.

Números 33:52 (NAA)2: devem expulsar da frente de vocês todos os moradores da terra, destruir todas as pedras com figura e todas as imagens fundidas. Devem também derrubar todos os santuários nos lugares altos.

Deuteronômio 7:20 (NAA)2: Além disso, o Senhor, seu Deus, mandará vespões para o meio deles, até que pereçam os que ficarem e se esconderem de vocês.

Êxodo 34:13 (NAA)2: Pelo contrário, derrubem os altares deles, quebrem as suas colunas e cortem os postes da deusa Aserá.

Deuteronômio 7:5 (NAA)2: Mas o que vocês devem fazer é derrubar os altares dessas nações, quebrar as suas colunas sagradas, cortar os postes da deusa Aserá e queimar as suas imagens de escultura.

Deuteronômio 9:3 (NAA)2: Saibam, pois, hoje que o Senhor, seu Deus, é que vai adiante de vocês. Ele é fogo que consome; ele os destruirá e os subjugará diante de vocês. Assim, vocês os expulsarão e, depressa, os farão desaparecer, como o Senhor prometeu a vocês.

Deuteronômio 12:2, 3 (NAA)2: 2 Destruam por completo todos os lugares onde as nações que vocês irão expulsar serviram os seus deuses, sobre as altas montanhas, sobre as colinas e debaixo de toda árvore frondosa. 3 Derrubem os seus altares, quebrem as suas colunas sagradas, queimem os postes da deusa Aserá, despedacem as imagens esculpidas dos seus deuses e façam com que o nome desses deuses desapareça daquele lugar.

Deuteronômio 31:3, 4 (NAA)2:  3 O Senhor, o Deus de vocês, passará adiante de vocês. Ele destruirá as nações que estão diante de vocês, e vocês tomarão posse delas. Josué passará adiante de vocês, como o Senhor falou. 4 O Senhor fará com essas nações o que fez com Seom e Ogue, reis dos amorreus, e com a terra deles, que ele destruiu.

O propósito original de Deus para os cananeus não era aniquilá-los, mas, em vez disso, desapropriá-los do território. Quando examinamos as passagens que descrevem a maneira como Israel teve que se envolver nas batalhas da conquista, vemos que elas utilizam termos que descrevem a desapropriação, expulsão e dispersão dos habitantes da Terra Prometida. Por outro lado, os textos que ordenam que Israel deveria destruir algo se referem especialmente a objetos inanimados, como artigos de adoração pagã e objetos dedicados à destruição. Evidentemente, os locais de adoração pagã e os altares constituíam os principais centros da religião cananita.

A guerra santa se dirigia principalmente à cultura e à sociedade corruptas de Canaã. Para evitar a contaminação, Israel teve que destruir todos os elementos que estavam propagando a corrupção. No entanto, todos os habitantes de Canaã e aqueles que, individualmente, reconheceram a soberania de Deus antes ou mesmo durante a conquista de Canaã, puderam ser salvos por meio da imigração (Js 2:9-14; compare com Jz 1:24-26). A única parte da população cananeia condenada à destruição consistia naqueles que se retiraram para as cidades fortificadas, continuaram a se rebelar de maneira obstinada contra o plano de Deus para os israelitas e endureceram o coração (Js 11:19, 20).

No entanto, isso levanta uma questão: Se o propósito inicial da conquista de Canaã era expulsar os habitantes do território e não aniquilá-los, por que os israelitas tiveram que matar tantas pessoas?

Quando analisamos os textos bíblicos relacionados à conquista de Canaã, observamos que a intenção original da conquista era dispersar a população cananeia. Entretanto, os cananeus, assim como o rei do Egito, endureceram o coração e se apegaram à cultura a tal ponto que eliminar sua cultura significava que eles também deveriam ser destruídos.

Quais elementos de seu caráter e de seus hábitos precisam ser eliminados?

Terça-feira, 28 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

O Juiz supremo

Lições da Bíblia1:

2. Leia Gênesis 18:25; Salmo 7:11; 50:6; 82:1; 96:10; 2 Timóteo 4:1, 8. O que esses versos dizem sobre o caráter moral de Deus? De que forma Seu papel como Juiz do Universo nos ajuda a entender a questão da guerra divina?

Gênesis 18:25 (NAA)2: Longe de ti fazeres tal coisa: matar o justo com o ímpio, como se o justo fosse igual ao ímpio. Longe de ti! Será que o Juiz de toda a terra não faria justiça?

Salmo 7:11 (NAA)2: Deus é justo juiz, Deus que sente indignação todos os dias.

Salmo 50:6 (NAA)2: Os céus anunciam a sua justiça, porque é o próprio Deus que julga.

Salmo 82:1 (NAA)2: Deus toma o seu lugar na congregação divina; no meio dos deuses, ele julga.

Salmo 96:10 (NAA)2: Digam entre as nações: “Reina o Senhor.” Ele firmou o mundo para que não se abale e julga os povos com justiça.

2 Timóteo 4:1, 8 (NAA)2: 1 Diante de Deus e de Cristo Jesus, que há de julgar vivos e mortos, pela sua manifestação e pelo seu Reino, peço a você com insistência […] 8 Desde agora me está guardada a coroa da justiça, que o Senhor, reto juiz, me dará naquele Dia; e não somente a mim, mas também a todos os que amam a sua vinda.

A santidade do caráter de Deus significa que Ele não tolera o pecado. Ele é paciente, mas o pecado deve receber seu salário final, que é a morte (Rm 6:23). Yahweh declarou guerra contra o pecado, independentemente de onde ele fosse encontrado, quer entre os cananeus ou no meio dos israelitas. Israel não foi santificado por participar de guerras santas, assim como outras nações não foram (Dt 9:4, 5; 12:29, 30), mesmo quando elas se tornaram o meio do juízo de Yahweh contra Sua nação escolhida. Diferentemente de outros povos do Antigo Oriente Próximo, os israelitas experimentaram a reversão da guerra santa, quando Deus não mais lutou por eles, mas contra eles, permitindo que seus inimigos os oprimissem (ver Js 7).

Todo o conceito de guerra santa pode ser compreendido apenas se for visto à luz da atuação de Deus como Juiz. Sob essa perspectiva, as guerras de conquista de Israel assumem um caráter completamente diferente. Em contraste com as guerras imperialistas de engrandecimento próprio, tão comuns no mundo antigo (e em nosso mundo atual), as guerras de Israel não tinham o objetivo de alcançar glória para o povo, mas de estabelecer a justiça e a paz de Deus dentro daquele território. Portanto, no âmago do conceito de guerra santa está a ideia do governo e da soberania de Deus, que estão em jogo na figura do Senhor como Guerreiro, assim como de Rei ou de Juiz.

Dizer que Yahweh é Guerreiro significa que, como Juiz, Ele está comprometido em implementar, promover e manter o governo da lei, que é o reflexo de Seu caráter. A imagem de Deus como Guerreiro, semelhante à de Juiz e Rei, ensina que Yahweh não tolerará para sempre a rebelião contra Sua ordem estabelecida. Portanto, podemos dizer que o objetivo da atuação de Yahweh nunca é a guerra em si, ou mesmo a vitória em si, mas o restabelecimento da justiça e da paz. Em última análise, julgar e fazer guerra (ou promover a justiça) são a mesma coisa se Deus for o sujeito dessa ação.

Reflita no fato de que Deus é um justo Juiz, que não pode ser subornado nem influenciado pela parcialidade. Como a verdade de um Deus que não tolerará para sempre o pecado, a opressão, o sofrimento dos inocentes e a exploração dos oprimidos é parte integrante do evangelho?

Segunda-feira, 27 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

A iniquidade dos cananeus

Lições da Bíblia1:

Leia Gênesis 15:16; Levítico 18:24-30; Deuteronômio 18:9-14; Esdras 9:11. O que esses textos nos dizem sobre o plano maior de Deus em oferecer a terra de Canaã aos israelitas?

Gênesis 15:16 (NAA)2: “Na quarta geração, voltarão para cá; porque a medida da iniquidade dos amorreus ainda não se encheu.”

Levítico 18:24-30 (NAA)2: 24 — Não se contaminem com nenhuma destas coisas, porque com todas estas coisas se contaminaram as nações que eu vou expulsar da presença de vocês. 25 A terra se contaminou; eu a castiguei por sua iniquidade, e ela vomitou os seus moradores. 26 Vocês, porém, guardarão os meus estatutos e os meus juízos, e não farão nenhuma dessas abominações, nem o natural da terra, nem o estrangeiro que peregrina entre vocês. 27 Porque os moradores desta terra que nela estavam antes de vocês fizeram todas essas abominações, e a terra se contaminou. 28 Que não aconteça que a terra vomite vocês também, por terem se contaminado, como vomitou o povo que nela estava antes de vocês. 29 Todo aquele que fizer alguma dessas abominações, sim, aqueles que as cometerem serão eliminados do seu povo. 30 — Portanto, vocês devem guardar a obrigação que têm para comigo, não praticando nenhum dos costumes abomináveis que foram praticados antes de vocês, e não se contaminem com eles. Eu sou o Senhor, o Deus de vocês.

Deuteronômio 18:9-14 (NAA)2: 9 — Quando vocês entrarem na terra que o Senhor, seu Deus, lhes der, não aprendam os costumes abomináveis daqueles povos. 10 Que não exista entre vocês ninguém que queime o seu filho ou a sua filha em sacrifício, nem que seja adivinho, prognosticador, agoureiro, feiticeiro, 11 encantador, necromante, praticante de magia, ou alguém que consulte os mortos, 12 pois todo aquele que faz tal coisa é abominação ao Senhor; e por estas abominações o Senhor, o Deus de vocês, está expulsando esses povos de diante de vocês. 13 Sejam perfeitos para com o Senhor, seu Deus. 14 Porque as nações dessa terra que vocês vão possuir ouvem os prognosticadores e os adivinhos, mas o Senhor, o Deus de vocês, não permitiu que vocês fizessem tal coisa.

Esdras 9:11 (NAA)2: que ordenaste por meio dos teus servos, os profetas, dizendo: A terra em que vocês estão entrando, para dela tomar posse, é terra impura por causa da impureza dos seus povos, por causa das coisas abomináveis com que, na sua corrupção, eles encheram a terra de uma extremidade à outra.

Precisamos ir além do livro de Josué para entender quão grave era a iniquidade das nações que habitavam Canaã. Podemos encontrar indícios no fato de que essas práticas abomináveis incluíam sacrifícios de crianças, adivinhação, feitiçaria, necromancia e espiritualismo (Dt 18:9-12).

A descoberta dos antigos textos ugaríticos (da cidade de Ras Shamra) trouxe mais informações sobre a religião e a sociedade cananita. Esses registros mostram que a condenação dessa cultura não era apenas compreensível, mas – pelos padrões morais do AT – totalmente justificada.

A religião cananita se baseava na crença de que os fenômenos naturais, que garantiam a fertilidade, eram controlados pelas relações sexuais entre deuses e deusas. Assim, eles entendiam a atividade sexual das divindades em termos de seu próprio comportamento sexual, e seus rituais religiosos envolviam práticas sexuais que tinham o objetivo de incitar os deuses e deusas a fazer o mesmo. Esse conceito deu origem à chamada prostituição “sagrada”, na qual homens e mulheres se envolviam em ritos de orgias – tudo isso como parte de suas práticas religiosas!

Uma nação jamais alcançará níveis morais mais altos do que os dos deuses que adora. Como resultado dessa compreensão de suas divindades, não é de admirar que as práticas religiosas dos cananeus incluíssem sacrifícios de crianças, contra os quais a Bíblia faz advertências específicas.

As evidências arqueológicas confirmam que os habitantes de Canaã ofereciam regularmente seus primogênitos em sacrifício aos deuses (na ver-dade, demônios) a quem adoravam. Pequenos esqueletos infantis esmagados encontrados em grandes jarros com inscrições de votos testemunham da religião degradante dos cananeus e do que isso significava para muitos de seus filhos.

A eliminação dos cananeus, portanto, não foi uma decisão repentina tomada por Deus no momento em que estava prestes a dar a terra de Canaã aos israelitas. Na verdade, os habitantes de Canaã receberam um longo tempo de graça, durante o qual tiveram a oportunidade de conhecer a Deus e Seu caráter por meio do testemunho dos patriarcas que viveram entre eles. Os cananeus tiveram todas as oportunidades, mas obviamente as desperdiçaram, e continuaram em suas práticas abomináveis até que o Senhor precisou pôr fim a elas.

Domingo, 26 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico

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2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Deus luta por vocês

Lições da Bíblia1:

“E, de uma vez, tomou Josué todos estes reis e as suas terras, porquanto o Senhor, Deus de Israel, pelejava por Israel” (Js 10:42, ARA).

Leituras da semana: Gn 15:16; Lv 18:24-30; 2Tm 4:1, 8; Êx 23:28-30; Dt 20:10, 15-18; Is 9:6

O livro de Josué contém algumas cenas que podem parecer perturbadoras. Algumas pessoas questionam o conceito de uma guerra divina ou santa, segundo o qual um grupo de pessoas recebeu de Deus a ordem para destruir outro grupo de pessoas.

A questão da guerra divina no AT é desafiadora. Deus é descrito no AT como o Senhor Soberano do Universo; portanto, tudo o que acontece deve, de alguma forma, estar relacionado à Sua vontade direta ou indireta. Diante disso, é inevitável perguntar: “Como Deus poderia permitir essas coisas?” Na semana passada, vimos que o próprio Deus está envolvido em um conflito que é muito maior do que qualquer guerra ou batalha travada na história humana, uma batalha que permeia todos os aspectos de nossa vida. Vimos também que os eventos da história bíblica e secular podem ser compreendidos plenamente apenas à luz desse conflito.

Nesta semana, continuaremos a explorar a complexidade das guerras ordenadas por Deus, bem como as limitações e condições da guerra divina, a visão da paz eterna oferecida pelos profetas do AT e a relevância espiritual dessas guerras.

Sábado, 25 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico.

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O conflito por trás de todos os conflitos – Estudo adicional

Lições da Bíblia1:

Leia, de Ellen G. White, Patriarcas e Profetas, p. 426-430 (“As muralhas de Jericó”).

Quando a rebelião […] surgiu, Deus Se viu com duas opções: ou abdicaria de Sua essência – imutável e eterna –, entregando o Universo a uma criatura rebelde, ou seria o Pai justo e amoroso de todas as criaturas. Deus escolheu a segunda opção, e, nesse caso, o choque entre Seu poder e as forças do mal era inevitável.

Quando poderes políticos ou sócio-históricos (como os povos de Canaã) ligados a forças cósmicas de caos e rebelião manifestaram a mesma atitude desafiadora contra Yahweh, Ele interveio. O tema de Yahweh como Guerreiro é uma prefiguração ou antecipação da vitória que dará fim ao conflito cósmico entre o bem e o mal (Ap 20:8-10). Além disso, as guerras divinas de Israel não apenas refletem o conflito cósmico (como um espelho), mas fazem parte desse conflito, servindo como prenúncio do juízo divino que ocorrerá no fim dos tempos.

“Deus havia lhes dado o privilégio e o dever de entrar na terra de Canaã no tempo designado por Ele; porém, por causa de sua desobediência, essa permissão tinha sido negada. […] Não era Seu propósito que adquirissem a terra pela guerra, mas pela obediência estrita às Suas ordens” (Ellen G. White, Patriarcas e Profetas [CPB, 2022], p. 337).

Perguntas para consideração

1. Como o contexto do conflito cósmico nos ajuda a entender melhor o fato de que o Senhor ordenou que Israel fosse à guerra?

2. Como o grande conflito se desenrola no mundo? Qual é o nosso papel nesse conflito e como podemos cumpri-lo?

3. Como podemos aplicar em nossa vida espiritual o princípio de que devemos ficar calmos e esperar que o Senhor lute por nós? (Ver Êx 14:14.)

4. Muitas vezes, em nossas discussões e desentendimentos ocasionais na igreja, queremos saber quem está do nosso lado. À luz de Josué 5:13-15, como devemos mudar nossa atitude?

Sexta-feira, 24 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico.

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A segunda melhor opção

Lições da Bíblia1:

6. Leia Êxodo 17:7-13; Josué 6:15-20. Que similaridades você encontra entre essas duas narrativas de guerra? E quais são as diferenças?

Êxodo 17:7-13 (NAA)2: 7 E chamou o nome daquele lugar Massá e Meribá, por causa da discussão dos filhos de Israel e porque tentaram o Senhor, dizendo: — Está o Senhor no meio de nós ou não? Os amalequitas atacam Israel 8 Então vieram os amalequitas e atacaram Israel em Refidim. 9 Com isso, Moisés ordenou a Josué: — Escolha alguns homens e vá lutar contra os amalequitas. Amanhã eu estarei no alto do monte, e o bordão de Deus estará na minha mão. 10 Josué fez como Moisés lhe havia ordenado e lutou contra os amalequitas. Porém Moisés, Arão e Hur subiram para o alto do monte. 11 Quando Moisés levantava a mão, Israel vencia; quando, porém, ele abaixava a mão, os amalequitas venciam. 12 Quando as mãos de Moisés ficaram pesadas, pegaram uma pedra e a puseram por baixo dele, para que Moisés se sentasse. Arão e Hur sustentavam as mãos de Moisés, um, de um lado, e o outro, do outro; assim as mãos dele ficaram firmes até o pôr do sol. 13 E Josué destruiu os amalequitas a fio de espada.

Josué 6:15-20 (NAA)2: 15 No sétimo dia, madrugaram ao romper da manhã e, da mesma maneira, rodearam a cidade sete vezes; somente naquele dia rodearam a cidade sete vezes. 16 E aconteceu que, na sétima vez, quando os sacerdotes tocavam as trombetas, Josué disse ao povo: — Gritem, porque o Senhor está entregando a cidade a vocês! 17 Porém a cidade será condenada, ela e tudo o que nela houver; somente ficará viva Raabe, a prostituta, e todos os que estiverem com ela em casa, porque escondeu os mensageiros que enviamos. 18 Quanto a vocês, cuidem para não ficar com nenhuma das coisas condenadas, para não acontecer que, depois de as terem condenado, vocês as tomem para si. Neste caso, tornariam maldito o arraial de Israel e trariam confusão a ele. 19 Porém toda prata, ouro e utensílios de bronze e de ferro são consagrados ao Senhor; irão para o seu tesouro. 20 Assim, o povo gritou, e os sacerdotes tocaram as trombetas. Ao ouvir o som da trombeta, o povo gritou com toda a força, as muralhas ruíram, e o povo subiu à cidade, cada qual em frente de si, e a tomaram.

A primeira vez que Israel lutou após a saída do Egito está registrada em Êxodo 17, quando os israelitas se defenderam dos amalequitas. Eles haviam testemunhado o poder de Deus atingindo os egípcios e conduzindo-os à liberdade. Vimos que o plano inicial de Deus para Israel não incluía lutar contra outras pessoas (Êx 23:28; 33:2). Mas logo após sua libertação do Egito, os israelitas começaram a murmurar no caminho (Êx 17:3), chegando a questionar a presença de Deus em seu meio. Foi naquele momento que os amalequitas lutaram contra Israel. Isso não aconteceu por acaso. Deus permitiu que eles atacassem os israelitas para que pudessem aprender a confiar Nele novamente.

Sem comprometer Seus princípios, Deus desceu ao nível onde Seu povo estava, continuamente chamando-o de volta ao plano ideal: confiança completa e irrestrita na intervenção divina. Na verdade, a lei da guerra (Dt 20) foi dada somente após os 40 anos de travessia pelo deserto, o que também foi causado pela incredulidade de Israel. Novas circunstâncias exigiram novas estratégias, e foi somente então que Deus exigiu que Israel aniquilasse completamente os cananeus (Dt 20:16-18).

Além da realidade de que a guerra se tornou uma necessidade para Israel, ela também se tornou um teste da lealdade do povo a Yahweh. Deus não desistiu deles, mas permitiu que testemunhassem Seu poder ao experimentar total dependência Dele. 

A participação dos israelitas na conquista fica evidente a partir da conclusão expressa por Josué no fim do livro. Nesse texto, ele afirmou que os cananeus estavam lutando contra os israelitas (Js 24:11). Embora o colapso dos muros de Jericó tenha sido o resultado de um milagre divino, o povo de Israel teve que se envolver ativamente na batalha e enfrentar a resistência obstinada dos habitantes da cidade.

O envolvimento de Israel em conflitos armados tornou-se a maneira pelo qual o povo desenvolvia confiança incondicional no auxílio de Yahweh. Ainda assim, Israel era sempre lembrado de que o resultado de cada batalha estava, em última análise, nas mãos do Senhor. A única maneira de influenciar o resultado de um conflito militar era por meio da atitude de fé – ou de incredulidade – nas promessas de Deus (Js 7:12, 13; 10:8). A escolha era deles.

Quinta-feira, 23 de outubro de 2025. Saiba mais, faça gratuitamente um Curso Bíblico.

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.

Senhor lutará por vocês

Lições da Bíblia:1

5. De acordo com Êxodo 14:13, 14, 25, qual era o plano original e ideal de Deus a respeito do envolvimento dos israelitas na guerra?

Êxodo 14:13, 14, 25 (NAA): 13 Moisés, porém, respondeu ao povo: — Não tenham medo; fiquem firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes fará no dia de hoje, porque vocês nunca mais verão esses egípcios que hoje vocês estão vendo. 14 O Senhor lutará por vocês; fiquem calmos. […] 25 emperrou as rodas dos carros dos egípcios, fazendo com que andassem com dificuldade. Então os egípcios disseram: — Vamos fugir da presença de Israel, porque o Senhor está lutando por eles contra os egípcios.

Naquele momento de crise, quando o povo de Israel foi forçado a um impasse físico, Moisés disse: “Não tenham medo; fiquem firmes e vejam o livramento que o Senhor lhes fará no dia de hoje, porque vocês nunca mais verão esses egípcios que hoje vocês estão vendo. O Senhor lutará por vocês; fiquem calmos” (Êx 14:13, 14). De acordo com a narrativa bíblica, até os próprios egípcios reconheceram essa realidade: “Vamos fugir da presença de Israel, porque o Senhor está lutando por eles contra os egípcios” (Êx 14:25).

A intervenção milagrosa de Deus em favor dos israelitas desamparados, que não tinham habilidades militares, deveria ter se tornado o padrão. O êxodo era o modelo ou paradigma para a intervenção de Deus em favor de Israel. Nele não somente a batalha foi travada por Yahweh, mas Deus pediu que Israel não lutasse (Êx 14:14). Deus era o guerreiro; a iniciativa pertencia a Ele. O Senhor estabeleceu a estratégia, definiu os meios e conduziu a campanha. Se Yahweh não lutasse por Israel, eles não teriam possibilidade de sucesso.

Ellen G. White interpretou essa história como uma expressão do fato de que Deus “não planejou que eles adquirissem a Terra Prometida por meio da guerra, mas pela submissão e obediência incondicional aos Seus mandamentos” (Signs of the Times, 2 de setembro de 1880). Assim como na libertação do Egito, Deus travaria as batalhas dos israelitas por eles. Tudo o que tinham que fazer era ficar calmos e testemunhar Sua poderosa intervenção.

A história revela que sempre que Israel tinha confiança suficiente em Deus, eles não precisavam lutar (ver 2Rs 19; 2Cr 32; Is 37).

No plano ideal de Deus, Israel nunca precisaria lutar por si mesmo. Foi somente como consequência de sua incredulidade, expressa após o êxodo, que Deus permitiu que eles participassem ativamente na guerra contra os cananeus. Eles não precisaram levantar uma única espada contra os egípcios durante o êxodo; da mesma forma, nunca teria sido necessário que lutassem para conquistar Canaã (Dt 7:17-19).

“Se os filhos de Israel não tivessem murmurado contra o Senhor, Ele não teria permitido que seus inimigos fizessem guerra com eles” (Ellen G. White, História da Redenção [CPB, 2021], p. 95). Como as murmurações podem impactar nossa vida hoje?

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1 LIÇÃO da Escola Sabatina. Lições de fé do livro de Josué. Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, n. 522, out. nov. dez. 2025. Adulto, Professor.

2 BÍBLIA Sagrada. Traduzida por João Ferreira de Almeida. Revista e Atualizada no Brasil. Edição Revista e Atualizada no Brasil, 3. ed. (Nova Almeida Atualizada). Barueri, SP: Sociedade Bíblica do Brasil, 2017.